Sempre que um novo meio de comunicação aparece, automaticamente decreta-se o fim de um tipo de mídia anterior. Foi assim quando o império das comunicações era ditado pelos jornais impressos e se viu ameaçado pela chegada de um novo tipo de meio – o rádio. Até então, a tendência era saber das notícias com no mínimo dois ou três dias de distância do acontecimento. Imagine se isso ainda acontecesse nos dias de hoje: o Brasil ganhou a Copa do Mundo de Futebol no domingo e as notícias chegaram ao nosso país só na quarta-feira.
Antes dos jornais impressos as notícias corriam de pessoa em pessoa. No entanto, a primeira a saber poderia ter ouvido de quem estava no local ou então lido em um jornal mural. Os jornais murais são uma espécie de cartaz que eram afixados às paredes de lugares de muita circulação de pessoas. Se considerarmos que os primeiros jornais só foram possíveis com a prensa de tipos móveis de Gutenberg, estamos falando de um tempo anterior à descoberta do Brasil – aproximadamente até 1400 as pessoas sabiam dos fatos através de bardos, murais e de outras pessoas.
Contudo, até o surgimento do rádio no final do século dezenove não se conhecia algo que pudesse ser chamado de “mídia instantânea”. Os primeiros experimentos radiofônicos feitos no Brasil datam da década de 1890 com o Padre Landell de Moura e já colecionavam muitos avanços – mais até do que a equipe de pesquisadores financiada pelo italiano Guglielmo Marconi, tido como o “pai do rádio”. Entretanto, quem levou os créditos dessa invenção tão veloz em termos de comunicação foi o italiano.
A era de ouro das rádios durou até aproximadamente a década de 1960. Isso porque o mega empresário das comunicações Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, tratou de trazer ao Brasil centenas de aparelhos de televisão em condições de compra bastante favoráveis. Com isso, viu-se a necessidade de implantar um canal de televisão para levar informação e principalmente o entretenimento às casas das pessoas. Assim nasceu o primeiro canal de televisão do país a TV Tupi.
O domínio da televisão sobre os seus telespectadores é enorme e muito visível. Para isso bata observar o fato levantado pelo CENSO: existem mais casas com pelo menos uma televisão, mesmo sem ter uma geladeira. O que se entende por isso é que o Brasil possui um forte vínculo com a programação da telinha. E essa força ainda continua. Mesmo que o número de internautas tenha crescido de maneira vertiginosa no nosso país, o principal meio de informação continua sendo a televisão.
Entretanto, algumas mudanças bastante fortes no jeito de se fazer televisão já foram notadas. É impossível competir com a internet em termos de levar a informação por primeiro. Basta pensar em aspectos logísticos: para dar uma notícia na televisão é necessário deslocar quatro pessoas (um repórter, um câmera-man, um produtor e o motorista); enquanto a notícia na internet pode ser feita por apenas uma pessoa que não precisa sair da redação.
Essas mudanças também são sentidas em outros veículos de informação como o jornal impresso e até mesmo o rádio. O radiojornalismo e a internet sejam meios muito parecidos em termos de imediatismo. Portanto, quem irá sentir na pele as consequências da digitalização das informações são os jornais impressos. Basta analisar os seguintes pontos:
- Quem lê o jornal?
- Qual é a sua faixa etária?
- Onde mora?
- Qual o grau de escolaridade?
Uma vez com esses dados na mão é possível ter uma boa chance de saber se aquele público específico irá ou não preferir ler em um meio digital. Mesmo assim, é inegável que as novidades de um jornal impresso já são as de ontem. Enquanto se noticia o passado nas páginas de papel, nas páginas da internet tem-se o novo a cada segundo. Por isso, pessoas que têm de 18 a 30 anos e vivem em grandes cidades tendem a se informar quase que exclusivamente por meios eletrônicos (televisão e internet).
As perspectivas das notícias pelos meios digitais são bastante empolgantes. Com a democratização de tecnologias ao estilo Kindle e outros leitores digitais, tem-se uma incrível possibilidade de eliminar o uso dos jornais de papel e ainda preservar o meio ambiente. Mesmo assim é preciso tomar cuidado com a animação diante das novas tecnologias e observar que no Brasil um avanço deste tipo está um tanto longe da realidade.
Não é novidade para ninguém que o nosso país ainda tem muitas dificuldades financeiras em várias regiões e, por isso, para milhões de brasileiros a internet ainda não chegou. Contudo, não se pode deixar de desenvolver uma nova tecnologia da informação e da comunicação (TIC), já que existe público para isso. Os grandes centros urbanos são ideais para testar novas técnicas de levar as notícias até os leitores.
Com a crescente onda de informações jornalísticas trazidas pela internet é impossível dizer que os jornais impressos vão continuar como foram até meados dos anos 1990. Isso por que o primeiro contato com a notícia já terá sido feito através dos portais e dos blogs jornalísticos especializados. Portanto, o leitor de internet é muito mais seletivo e direto do que o leitor dos jornais impressos. Logo, é preciso trabalhar esses aspectos para cativar seus leitores.
Depois de compreender que existem grandes diferenças entre os públicos leitores de jornais impressos e jornais digitais é preciso tomar uma decisão bastante dolorosa para alguns donos de jornais: dividir os públicos de maneira que a informação seja direcionada. O que isso significa?
Significa que os jornais não serão mais como conhecemos. Enquanto lemos na internet o que está acontecendo agora, nos jornais iremos ter um maior aprofundamento daquele conteúdo. Até porque na internet não há como disponibilizar textos com mais de 20 mil caracteres para que sejam lidos em um monitor. Logo, uma das melhores plataformas para isso são os jornais de papel e revistas. Mesmo tendo perspectivas ambientais bastante animadoras com os aparelhos como o Kindle, não há como prever uma proliferação de dispositivos desse tipo para todos os leitores – pelo menos não no Brasil.
Portanto, o que funcionaria neste caso seria manter uma redação inteira voltada para a internet e as notícias imediatas e outra voltada às grandes reportagens. Assim, o leitor do jornal impresso não sai prejudicado em termos de completude da informação e quem já soube do primeiro fato pela internet pode aprofundar seus conhecimentos.
Ainda não podemos afirmar com tanta certeza, mas os jornais e outros meios impressos terão futuros um tanto nebulosos. As tecnologias que podem substituir esses veículos ainda são caras para se tornarem meios de comunicação de massa, como são os jornais, revistas e canais de televisão hoje. Entende-se por “meio de comunicação de massa” todos os veículos que levam informação para as pessoas de um modo homogêneo, ou seja, a mesma informação deve ser entendida por alguém do extremo norte e do extremo sul.
Existe uma pesquisa feita nos Estados Unidos que indica que um único exemplar de jornal impresso é lido por cerca de 8 pessoas. Logo, o alcance daquelas informações é grande se analisarmos o número de jornais pela quantidade de leitores. Funciona como o critério de “pageviews” para as páginas de internet: quantas vezes aquela página foi exibida. Assim, os portais tem números muito mais surpreendentes.
Também existem as tentativas de trazer o jornal de papel para as telas digitais. Alguns dos grandes jornais do Brasil vêm inserindo versões digitais das suas páginas através de aplicativos flash. Outra tentativa de trazer o papel para a tela é o Google Fast Flip que agrega as notícias dos jornais e as divide em temas específicos para que o leitor as encontre com mais facilidade. Mesmo assim, essa tecnologia ainda não está disponível em português.
Observados todos os pontos citados aqui, é possível dizer que ainda vai demorar bastante para que os jornais impressos sumam das nossas vistas. As tecnologias para isso existem, mas infelizmente não há condições sociais de fazer com que elas sejam transformadas em um meio já tão difundido como o jornal impresso ou até mesmo os programas de rádio. É importante lembrar que no nosso país existem milhões de analfabetos e pessoas que não têm como adquirir gadgets como o Kindle.
E você? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Você acha que os jornais impressos vão morrer? Conte para a gente no seu comentário! Afinal, existem diversas teorias que defendem tanto o fim quanto uma grande mudança desse jeito de informar as pessoas!
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