Não é de hoje que o ser humano tira lições da natureza para utilizar na computação — e isso até tem nome: computação bioinspirada. Mas é fato que a robótica tem sido um dos campos mais beneficiados por essa prática de observar, copiar e colar recursos de outros habitantes da Terra.
Alguns animais possuem características físicas interessantes de movimento, fluidez e formação corporal; já diversas espécies são dotadas de mecanismos de defesa ou comunicação bastante intrigantes e úteis. Por isso, enquanto várias fabricantes de robôs buscam o hiper-realismo, ao tentar emular a forma, as expressões e até ações humanas, outras buscam eficiência na simulação de patas e asas. A seguir, você confere algumas dessas mais bem-sucedidas e curiosas inspirações.
1. Crabster
Desenvolvido pelo Korean Institute of Ocean Science and Technology, o Crabster é um drone marinho criado com base em caranguejos, lagostas e outros crustáceos, especialmente no formato e no posicionamento das patas. Ele consegue controlar os próprios movimentos sozinho e ficar estável mesmo em águas turbulentas, graças ao esquema bioinspirado. Por isso, é utilizado para exploração submarina e já participou de testes de escavação de artefatos na costa da Ásia.
2. Spot
O Spot é o recente robô-cachorro da Boston Dynamics, empresa que pertence ao grupo da Google. Ele é aquele modelo que aparece sendo chutado e empurrado pelos engenheiros — e se equilibrando muito bem nas quatro patas para continuar andando, graças à intensa pesquisa da fabricante ao observar a musculatura, o esqueleto e o "design" do corpo de quadrúpedes na natureza. Ele deve ser usado para levar mantimentos, fazer reconhecimento de terreno e andar por locais mais acidentados.
3. µTug
O µTug (ou micro tug) pode mover objetos até 2 mil vezes mais pesados que ele próprio. O segredo não está nas rodinhas que parecem de brinquedo, mas na aderência controlável: ela fica na base do robô e é capaz de permitir tanto a locomoção quanto o arrastar de objetos "imensos", como canecas de café. Isso é inspirado em formigas e alguns lagartos, que conseguem carregar objetos muito mais pesados por aí.
4. eMotionButterflies
A fabricante Festo apresentou um conceito interessante ainda em desenvolvimento: borboletas robóticas. As eMotionButterflies são de tamanho real e têm a mesma aparência do animal de verdade, além de voarem por aí de forma realista. As borboletas já podem se esquivar de obstáculos e manter um padrão de movimentação consistente, mas ainda não são autônomas: elas ainda dependem de um processador central equipado com GPS e sensores infravermelhos para dar as ordens ao bando.
5. Pleurobot
Uma salamandra foi a inspiração para a criação do simpático Pleurobot. A configuração do corpo do animal foi reproduzida fielmente na máquina, que anda e até nada igual ao bicho. Os pesquisadores da Biorobotics Laboratory gravaram cenas de raios X e em 3D de salamandras reais para criar o modelo. O objetivo da pesquisa é ajudar cientistas a compreender como um sistema nervoso "comanda" movimentos em vértebras.
6. Robojelly
O método de propulsão usado pela água-viva para se locomover é um exemplo de praticidade e economia. Inspirado nesses animais, o Robojelly é um "veículo" eficiente em energia e que se mistura muito bem ao ambiente. Ele pode ser usado tanto para propósitos militares quanto científicos, já que é ótimo para vigilância e observação. Já o sistema de propulsão pode ser aplicado em outros robôs marinhos.
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