Um grupo de cientistas da Universidade de Washington acaba de alcançar algo que muitos pesquisadores pensavam não ser possível: eles foram capazes de refrigerar líquidos utilizando um laser infravermelho.
Para atingir essa façanha, o grupo utilizou um laser infravermelho em um conjunto com nanocristal que absorveu parte dos fótons da luz. Isso, por sua vez, gerou um brilho com um pouco mais de energia do que o próprio calor absorvido; graças a isso, a equipe conseguiu uma fonte de luz que retira calor dos objetos, ao ponto de que eles foram capazes de resfriar um líquido como a água em 20 °C.
Não é preciso ser nenhum gênio para imaginar como isso é um avanço e tanto para a tecnologia como um todo – afinal, até hoje só havíamos conseguido utilizar lasers para o efeito contrário, uma vez que a luz gerada por eles tende a aquecer.
É importante notar que eles não são os primeiros a alcançarem um laser capaz de refrigerar materiais: uma demonstração feita no Laboratório Nacional Los Alamos trouxe uma ideia semelhante em 1995. A diferença, no entanto, é que eles eram limitados a realizar esse tipo de operação em um ambiente à vácuo – algo simplesmente impraticável e muito menos eficiente do que o método criado na Universidade de Washington, que consegue fazer isso no ambiente do dia a dia.
E no que essa tecnologia seria capaz de nos ajudar? Bem, o céu é o limite. A grande vantagem resultante do laser é sua precisão, que permitiria desde um resfriamento de pontos específicos de processadores de computador até a desaceleração de processos biológicos microscópicos, de maneira a oferecer um melhor estudo de células sem o risco de matá-las com o frio excessivo.
Um futuro cada vez mais próximo
A esse ponto, é importante dizer que, apesar de tudo, o laser criado por eles ainda tem muitos problemas a serem resolvidos antes de ser incorporado a produtos do mercado. O sistema criado por eles, por exemplo, ainda é capaz de lidar com um único nanocristal, sendo que lasers mais potentes, que possam utilizar vários outros cristais, sofrem com um alto consumo de energia e com o aquecimento dele próprio.
Por outro lado, a equipe também está lentamente resolvendo os obstáculos para tal. É o caso do próprio nanocristal: normalmente criar esse material seria um processo lento e custoso, mas os pesquisadores descobriram como fazê-lo com um processo bastante rápido, barato e escalável.
Graças a isso, não é impossível imaginar que dentro de mais alguns anos todas essas “fraquezas” sejam resolvidas. Quem sabe, no futuro, deixemos de utilizar os watercoolers de nossos PCs por um resfriamento apenas a laser? Vamos torcer para que sim.
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