Joe Avery é conhecido como um dos mais talentosos fotógrafos impulsionados pela era do Instagram. Com mais de 28 mil seguidores, os retratos que preenchem o feed do perfil de Avery, na verdade, não são pessoas - ele confessou que tem postado retratos gerados por IA nos últimos meses. Segundo o artista, os elogios vindos de um número de fãs cada vez maior o deixou ansioso e, por isso, resolveu contar a verdade ao mundo.
Em relato a Ars Technica, Avery deu mais detalhes sobre o motivo de sua confissão. "Meu objetivo original era enganar as pessoas para mostrar a IA e depois escrever um artigo sobre isso. Porém, agora tornou-se uma saída artística. Minhas opiniões mudaram", disse o fotógrafo que, antes do experimento, era um cético em relação à IA.
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Relação da IA com a arte
Caso de Avery levanta algumas questões, a maior delas: é ético divulgar o trabalho gerado pela IA como seu?Fonte: Joe Avery/Instagram
Assim, Avery se converteu a essa nova forma de arte. Apesar da polêmica, ele continua postando suas fotos geradas por IA no Instagram, com muitos fãs ainda admirando a beleza das imagens, independentemente de sua origem.
Embora não sejam fotografias reais (exceto duas, ele afirma), ainda exigem muitos retoques da parte dele para passarem por retratos realistas de pessoas. Para criá-los, Avery usa o Midjourney, uma ferramenta de síntese de imagens com inteligência artificial. A partir daí, há uma combinação e retoque das melhores imagens com o Photoshop.
Ele também racionaliza sua decepção com o mundo questionando o espectro embaçado da "realidade" no cenário da mídia. "As pessoas que usam maquiagem em fotos revelam isso? E a cirurgia estética? Toda fotografia de moda comercial tem uma forte dose de Photoshop, incluindo a substituição do corpo de celebridades nas capas de revistas. Talvez a síntese de IA seja o próximo passo nessa evolução".
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