A Meta vai revisar as regras que proíbem a postagem de mamilos no Facebook e no Instagram, podendo liberar, em breve, o compartilhamento de conteúdos com tais imagens. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (18), após um pedido feito pelo Conselho de Supervisão da big tech.
Na terça-feira (17), o grupo recomendou mudanças no padrão comunitário de nudez adulta e atividade sexual, para atender a critérios internacionais de direitos humanos. O Conselho é formado por jornalistas, acadêmicos e políticos, cuja função é assessorar a companhia em decisões relacionadas às políticas de moderação de conteúdos.
O pedido veio após a conta administrada por um casal americano formado por um transgênero e uma pessoa não binária ter duas postagens censuradas no Facebook. Nos conteúdos, que abordavam a saúde trans e buscavam arrecadar dinheiro para cirurgias, o casal aparecia de topless, mas com os mamilos cobertos.
Fotos de mães amamentando também já foram motivo de polêmica no Facebook.Fonte: Shutterstock
Usuários da rede social sinalizaram as imagens como impróprias e a ferramenta de inteligência artificial da plataforma removeu os posts. Mais tarde, o casal recorreu da exclusão dos conteúdos e a Meta acabou atendendo ao pedido, colocando as postagens de volta ao ar.
Políticas falhas
De acordo com o Conselho de Supervisão da Meta, a remoção destas imagens mostra falhas nas regras contra a exposição de mamilos, especialmente quando se trata de usuários intersexuais, transgêneros e não binários. “A política é baseada em uma visão binária de gênero e uma distinção entre corpos masculinos e femininos”, escreveu o grupo.
Na visão do Conselho, as redes sociais do conglomerado precisam ter políticas “claras, objetivas e respeitadoras dos direitos” ao moderar a nudez. Dessa forma, as normas de uso das plataformas estariam mais alinhadas aos padrões internacionais de direitos humanos.
Em relação à recomendação, a gigante da tecnologia saudou a decisão do grupo neste caso e disse que tem desenvolvido constantemente suas políticas, trabalhando com especialistas e organizações de defesa LGBTQ+ para transformar as redes “seguras para todos”. A Meta tem prazo de 60 dias para responder ao pedido, embora tenha restabelecido as postagens antes da decisão.
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