Mais de 20 mil criadores de conteúdo adulto que utilizavam plataformas concorrentes do OnlyFans tiveram suas contas no Instagram sinalizadas como conteúdo terrorista, após a empresa britânica supostamente subornar funcionários da Meta. A informação foi divulgada na terça-feira (9) pelo New York Post.
Processos que correm na justiça norte-americana, acessados pela publicação, indicam que o caso aconteceu em 2018. Com o objetivo de priorizar produtores que divulgam seu trabalho apenas nela, a plataforma de conteúdo adulto teria pedido aos funcionários do conglomerado americano que adicionassem perfis cadastrados em serviços concorrentes em um banco de dados de terrorismo.
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Com os perfis listados no sistema gerenciado pelo Fórum Global da Internet para Combater o Terrorismo (GIFCT), os artistas afetados ficavam impossibilitados de se promover usando as redes sociais da Meta. Dessa forma, o tráfego para os sites utilizados por eles caía drasticamente, diminuindo seu faturamento.
Criadores afetados não puderam usar suas contas no Instagram para se promover.Fonte: Pixabay
Ao mesmo tempo, os criadores com conta apenas no OnlyFans, que não entraram para a lista de conteúdo impróprio, viram o tráfego para suas páginas e o lucro aumentarem, de acordo com as ações movidas contra a dona do Facebook e o site de entretenimento adulto. Os autores querem que o GIFCT disponibilize seus registros e retire os perfis sinalizados erroneamente.
Envolvidos negam as acusações
Em declaração enviada ao Post, o OnlyFans disse não haver nenhuma evidência que sustente as denúncias feitas nos processos. Já a Meta não respondeu ao contato da publicação, mas havia informado à BBC, em outra ocasião, que investigações conduzidas internamente não apontaram indícios do suborno alegado.
O mesmo disseram os representantes da entidade que combate atividades terroristas na internet. Para eles, não existe nenhuma evidência de que o banco de dados do sistema tenha sido manipulado da forma como afirmam os autores dos processos.
Vale destacar que o GIFCT também inclui o Twitter, o YouTube e a Microsoft, entre outras empresas do setor de tecnologia, bem como autoridades, universidades e a sociedade civil, em uma iniciativa para evitar a disseminação de conteúdos extremistas online. Em alguns casos, as contas sinalizadas pelo projeto podem ser banidas das redes sociais e demais plataformas.
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