Moderadores de conteúdo do Instagram teriam sido subornados por agentes da inteligência do Irã para apagar contas de ativistas e jornalistas contrários ao governo local, em meio aos protestos recentes que tomaram conta do país. A denúncia foi feita por profissionais que realizavam o trabalho, segundo reportagem da BBC divulgada na sexta-feira (27).
Fontes ouvidas pelo veículo britânico sob a condição de anonimato revelaram ter recebido ofertas de até € 10 mil, o equivalente a R$ 51 mil pela cotação atual, para excluir contas na rede social como a da jornalista Masih Alinejad. Exilada nos Estados Unidos, ela é uma das principais vozes da oposição ao regime iraniano.
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O assunto veio à tona depois que usuários do Instagram reclamaram da exclusão de postagens referentes aos protestos contra o presidente do Irã Ebrahim Raisi e o líder supremo Ali Khamenei. As manifestações foram motivadas pelo corte dos subsídios para alimentos básicos, resultando no aumento dos preços, e reprimidas pelas forças de segurança.
A rede social é uma alternativa para a população iraniana ter acesso às notícias censuradas pelo regime local.Fonte: Unsplash
De acordo com os denunciantes, entre os quais há um contratado e outro ex-funcionário da Telus International, que presta serviços para a Meta, alguns colegas de trabalho apresentavam viés favorável ao governo na revisão de postagens na plataforma. Eles também receberiam instruções das autoridades.
Caso sob investigação
Embora acredite se tratar de alegações falsas, a Telus International afirmou ter levado a sério as denúncias e aberto investigação. A companhia, cujos moderadores em língua persa são sediados na Alemanha, negou qualquer vínculo com o governo do Irã e disse que possui um rígido processo de seleção de funcionários.
A Meta também disse não ter encontrado evidências para apoiar as denúncias e que as decisões dos revisores de conteúdos são auditadas regularmente. No entanto, os denunciantes revelaram que apenas 10% das suas moderações chegaram a ser averiguadas pela big tech.
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