A Meta emitiu um comunicado nesta terça-feira (8) negando ter ameaçado remover Facebook e Instagram dos países europeus. A holding disse que qualquer reportagem que sugira essa questão “não é verdadeira”. O assunto veio à tona em meio a discussão de uma nova lei que pretende proibir ou limitar o processamento e armazenamento de dados que estão em servidores fora do Velho Continente.
A dona das redes sociais explicou hoje que, além dela, outras 70 empresas europeias e norte-americanas também identificaram um risco comercial decorrente da nova lei. De acordo com a Meta, os mecanismos de transferências de dados "representam uma ameaça à nossa capacidade de atender aos consumidores europeus e operar nossos negócios na Europa”.
“Não temos absolutamente nenhum desejo de nos retirar da Europa; claro que não. Mas a simples realidade é que a Meta, como muitas outras empresas, organizações e serviços, depende de transferências de dados entre a UE e os EUA para operar nossos serviços globais”, garantiu. "Assim como todas as empresas de capital aberto, nós somos legalmente obrigados a divulgar riscos materiais aos nossos investidores", apontou o comunicado.
A gigante da tecnologia defendeu que está lutando para que direitos fundamentais dos usuários da União Europeia sejam protegidos e que a internet funcione sem atritos e em conformidade com as leis aplicáveis, mas que não sejam confinadas em fronteiras nacionais.
“As empresas precisam de regras claras e globais para proteger os fluxos de dados transatlânticos a longo prazo e, como outras empresas em uma ampla gama de setores, estamos monitorando de perto o impacto potencial para milhões de pessoas e empresas que usam nossos serviços à medida que esses desenvolvimentos avançam”.
Facebook e Instagram na Europa
A Meta emitiu o comunicado hoje e parece que voltou atrás no posicionamento anterior. Na última segunda-feira (7), um documento da companhia afirmava que “se não estivermos aptos a transferir dados entre e por continentes ou regiões em que operamos, ou se houver restrição em compartilhar dados entre nossos produtos e serviços, isso pode afetar a habilidade de garantir nossos serviços (...) Nós possivelmente podemos ser impedidos de oferecer uma quantidade de nossos serviços e produtos mais significativos na Europa, incluindo Facebook e Instagram".
A empresa entende que é importante a utilização de dados cruzados entre regiões e serviços para a disponibilização de anúncios personalizados e outros negócios. A nova legislação da União Europeia prejudicaria tanto a parte técnica quanto financeira da empresa, o que a levou a fazer a consideração mais pessimista possível.
Respondendo à possível ameaça da Meta, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, chegou a dizer que as redes sociais não fariam falta no continente europeu. “Após ser hackeado, vivo sem Facebook e Twitter por quatro anos e a vida tem sido fantástica”, comentou em uma conversa com jornalistas.
Fontes
Categorias