Campanha quer barrar criptografia no Facebook com medo de abusos

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Imagem: geralt/Pixabay

Uma campanha conduzida no Reino Unido por sobreviventes de abuso, ativistas de segurança infantil e instituições de caridade promete algumas dores de cabeça para a Meta. Com tudo pronto para lançar a criptografia de ponta a ponta no Facebook Messenger e no Instagram, a gigante de tecnologia está sendo acusada pelos ativistas de “se vendar voluntariamente”.

Apoiada financeiramente pelo Ministério do Interior britânico (Home Office), a campanha "No Place To Hide" (Sem Lugar Para Se Esconder, em português) defende a suspensão imediata dos planos de criptografia nos aplicativos da gigante norte-americana. Para os membros da campanha, mensagens fortemente protegidas, em que apenas remetente e destinatário podem visualizar o conteúdo, podem esconder milhões de casos de abuso sexual infantil.

Embora o alvo da campanha não seja especificamente a criptografia de ponta a ponta das empresas de Mark Zuckerberg, a pauta ganhou força no ano passado, após um discurso contundente da ministra do Interior Priti Patel, no qual classificou os planos de criptografar as redes sociais como "inaceitáveis".

Por que a criptografia de ponta a ponta é útil para abusadores?

Fonte: rawpixel.com/Freepik/Reprodução.Fonte: rawpixel.com/Freepik/Reprodução.Fonte:  rawpixel.com/Freepik 

Ativistas de segurança alertam que, por restringir o conteúdo de mensagens às "duas pontas", a criptografia impede que as plataformas consigam visualizar os conteúdos e, consequentemente, de auxiliar as autoridades na investigação dos crimes praticados por abusadores sexuais de crianças.

Sobrevivente de abuso e especialista da Fundação Marie Collins sobre violação sexual infantil assistida por tecnologia, Rhiannon-Faye McDonald questionou no jornal The Guardian, nessa terça-feira (18), a tese de que o assunto diz respeito apenas à privacidade. “Meu abuso foi registrado com fotos e vídeos que podem estar por aí agora, enquanto falo", disse.

O que a campanha demanda é uma garantia de que a chamada tecnologia E2EE consiga impedir que abusadores sexuais de crianças usem as redes sociais para perseguir suas vítimas e divulgar seus crimes. Dona do Messenger e do Instagram, a Meta prometeu, em novembro passado, adiar seus planos de criptografia de ponta a ponta para "algum momento de 2023”.

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