Um dos primeiros grandes anúncios do Facebook após a criação da holding Meta foi a desativação do sistema de reconhecimento facial, utilizado por mais de um bilhão de pessoas para fazer login na plataforma. A mudança também atinge a identificação de pessoas em fotos, vídeos e memórias dentro da rede social.
No entanto, a decisão não terá impacto sobre os novos produtos do metaverso em desenvolvimento, de acordo com o porta-voz da Meta, Jason Grosse. Em resposta ao site Recode, Grosse afirmou que a Meta está experimentando novas formas de biometria. “Acreditamos que esta tecnologia tem o potencial de permitir casos de uso positivos no futuro que mantenham a privacidade, o controle e a transparência”, disse.
Dessa maneira, os algoritmos do DeepFace continuarão nos servidores da Meta, conforme noticiado pelo The New York Times. O recurso poderá ser utilizado no futuro pelo conglomerado de tecnologia, inclusive o próprio Facebook poderá ativar novamente a ferramenta.
Recuo estratégico
Meta estuda novas ferramentas de biometria facial. (Fonte: Pixabay/teguhjati pras/Reprodução)Fonte: Pixabay/teguhjati pras/Reprodução
Quando o Facebook anunciou a sua mudança de nome, muitos críticos apontaram que a alteração era apenas uma jogada de marketing para tirar a atenção de uma série de denúncias que a empresa vem enfrentando, alegação negada veementemente por Mark Zuckberberg. Entre as principais preocupações das autoridades está a questão da privacidade de dados.
Por isso, quando a companhia anunciou o fim do reconhecimento facial pareceu ser uma resposta direta à preocupação com uso de seu banco de dados faciais, que provocou reclamações do Centro de Informações de Privacidade Eletrônica dos Estados Unidos. No início de 2020, o Facebook teve de fechar um acordo de US$ 550 milhões para encerrar uma ação coletiva por conta do DeepFace.
No entanto, a decisão da empresa parece ser apenas um recuo estratégico até a legislação sobre o reconhecimento facial nos EUA seja mais clara. Outras Bigs Techs, como IBM e Microsoft, também decidiram suspender suas pesquisas de aplicação de Inteligência Artificial (IA) na biometria facial.
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