Aconteceu na noite de segunda-feira (1º) a esperada participação da denunciante do Facebook, Frances Haugen, no Web Summit de 2021, realizado neste ano em Lisboa. A ex-funcionária da rede social subiu ao palco principal do evento e reiterou em alto e bom som que Mark Zuckerberg deve deixar o comando da empresa.
Depois de vazar milhares de documentos internos do Facebook para o The Wall Street Journal e outros veículos, que geraram o conjunto de reportagens "The Facebook Papers", a engenheira da computação e contemporânea de Mark Zuckerberg em Harvard foi ao Senado dos EUA no início de outubro para denunciar que a trilionária rede trabalha com algoritmos que, entre outras coisas, são projetados para criar dependência e aumentar o consumo.
Sob os holofotes, Haugen hesitou ante a pergunta da jornalista Laurie Segall se o atual CEO da Meta deveria ser demitido do cargo. Ponderou que ele tem em seu poder a maioria das ações com direito a voto, o que torna sua demissão impossível. Mas lembrou que os acionistas deveriam poder escolher seu CEO e concluiu: "Acho que o Facebook seria mais forte com alguém disposto a se concentrar na segurança. Então sim.”
Investindo em videogames em vez de segurança
“I think Facebook would be stronger with someone who was willing to focus on safety.”@FrancesHaugen when asked if Mark Zuckerburg should step down ?? Read more via @CNBC ??https://t.co/7hn1fuhHPs
— Web Summit (@WebSummit) November 2, 2021
Depois de opinar sobre o afastamento do fundador da rede social, Haugen reafirmou que só decidiu vazar os documentos porque percebeu um padrão comportamental abusivo na empresa, embora acredite na capacidade de mudança do Facebook. Quando percebeu esse desvio, seu pensamento foi: "Dezenas de milhões de pessoas correm perigo nos próximos 20 anos [por causa da estratégia da rede]".
Falando especificamente sobre Zuckerberg, Haugen reconheceu que cometer erros não o torna uma pessoa má, "mas é inaceitável continuar a cometer os mesmos erros graves depois de saber que são erros". Sobre a mudança do nome do Facebook para Meta, ela foi categórica: "em vez de investir para garantir que nossas plataformas tenham um nível mínimo de segurança, eles estão prestes a investir dez mil engenheiros em videogames".
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