A plataforma descentralizada Mastodon anunciou nesta sexta-feira (29) ter notificado formalmente a empresa que cuida da nova rede social de Donald Trump por violar licenças de código aberto. Conforme o comunicado, o grupo por trás da Truth Social tem 30 dias para se adequar às regras.
Na última semana, a Software Freedom Conservancy (SFC), uma organização especializada em aplicar licenças de software livre, já havia notificado a rede social do ex-presidente dos Estados Unidos por essa mesma prática. A descoberta aconteceu quando internautas conseguiram se cadastrar no serviço antes do lançamento oficial.
Mastodon é um software livre disponível sob a licença AGPLv3, que solicita aos usuários que tornem pública todas as alterações feitas no código-fonte original. Essa condição básica para o uso gratuito do código é uma forma de todos os envolvidos no projeto se beneficiarem com a evolução do software.
A rede social de Trump ainda não está no ar.Fonte: Truth Social/Reprodução
Porém, além de não cumprir a regra, a Truth Social ainda fez pior. De acordo com o fundador da Mastodon, Eugen Rochko, a plataforma de Trump usou o código aberto, fez modificações nele e tentou escondê-las, além de ter afirmado que se tratava de um software proprietário, criado por ela.
Problemas para a Truth Social
O prazo de 30 dias para se adequar às regras da licença AGPLv3 começou a valer no último dia 26, quando a notificação foi enviada à Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa responsável pela Truth Social. Caso não faça as alterações solicitadas nem disponibilize o seu código, a plataforma terá problemas.
Segundo Rochko, a rede social de Trump terá o direito de usar o código da Mastodon revogado definitivamente, se não cumprir as determinações. Dessa forma, o TMTG precisaria construir um novo site do zero, o que pode atrapalhar os planos do grupo de lançar a versão beta da plataforma em novembro.
No comunicado, o CEO da Mastodon afirmou não ter ficado satisfeito ao ver “pessoas tão antiéticas” usando e se beneficiando do seu trabalho. Apesar disso, ele disse entender que a realidade de trabalhar com software livre não permite escolher quem pode ou não usá-lo, desde que a licença seja cumprida à risca.
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