Nesta quinta-feira (28), durante o Facebook Connect, foi demonstrado ao público o que a empresa está preparando para o futuro. Seguindo o conceito de metaverso, que chega no meio de diversas polêmicas envolvendo o Facebook, as novidades esperam "unir" os conceitos de realidade aumentada (RA) e virtual (RV) no ambiente físico.
Em conversa com jornalistas, a diretora do Spark AR, Sue Young, deu detalhes do futuro da plataforma de RA. Ela contou que essa mistura de "mundos é a evolução dos apps" que já estamos habituados a utilizar, mas com a inclusão da continuidade entre eles. A integração entre tudo isso, afirmou ela, "é a próxima geração da internet".
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Young apontou que o metaverso não é um único espaço e que existirão "múltiplos pontos de acesso", "seja um óculos de RA, seja um dispositivo de RV, até mesmo conectado no celular, uma das coisas que queríamos disponibilizar com o metaverso é que múltiplas pessoas possam se conectar [à plataforma] não importa qual dispositivo estejam usando para estarem próximas".
Um ponto importante, além da interatividade entre os dispositivos, é o que Young descreveu como senso de presença. "Essa experiência de continuidade é o que conecta as pessoas entre os dispositivos", explicou, acrescentando que "muitas pessoas podem ter múltiplos dispositivos".
Óculos de realidade aumentada do Facebook poderão ser usados no metaverso.
Dessa forma, os usuários devem ter uma experiência similar do conceito entre os dispositivos. "Nós queremos que essa experiência de continuidade, em um dispositivo Portal, no computador, em um headset VR, em óculos AR, seja personalizada para você", disse a executiva. A companhia deu o exemplo dos Oculus Quest 2, que devem ajudar a realidade virtual a se tornar mais ampla. Por exemplo: no Horizon Home, os usuários podem se "encontrar" no ambiente virtual para passar um tempo com os amigos, assistir a vídeos, jogar ou usar apps. O Messenger também permitirá, em breve, as chamadas em RV.
Esse conceito, estima a companhia, deverá ser expandido para o mundo fitness e para o trabalho, e funcionários poderão conectar ao Quest 2 uma conta pessoal e outra profissional, por exemplo. A empresa também poderá oferecer aos negócios ferramentas para trabalhar com o conceito. Os testes com RV no Facebook começam neste ano e devem estar disponíveis a todos em 2023.
Criando o multiverso
Um dos pontos de partida do metaverso, o Spark AR, plataforma de efeitos em realidade aumentada, deverá ter grande participação. Além dele, a empresa espera evoluir na oferta de óculos de RA no futuro. No último mês, o Facebook apresentou seus óculos inteligentes em parceria com a fabricante Ray-Ban.
Para isso, a companhia começou a investir na comunidade para que as experiências possam ser mais sólidas, dentre as quais destacou:
experiências de geolocalização com filtros específicos de cidades, países, ícones, monumentos e mais em 2022;
rastreamento de mãos e corpo, que chegará em novembro e permitirá que os efeitos "acompanhem" os movimentos do usuário;
objetos virtuais no mundo real, como textos, emojis, stickers, GIFs e mais com efeitos que dão "profundidade de campo, oclusão e rastreamento de plano aprimorado" e estarão disponíveis em 2022.
Segundo o Facebook, mais de 700 milhões de pessoas utilizam mensalmente os efeitos de AR entre as plataformas.
A empresa também quer que criadores, lojas, empresas, marcas, artistas e mais possam ter os próprios efeitos de RA. Para isso, vai lançar no fim do ano o aplicativo Polar, em fase Beta, para dispositivos iOS (ainda sem data para Android). O programa (cujo nome pode não ser o final) será disponibilizado globalmente e deverá permitir que os usuários criem efeitos e filtros "sem a necessidade de saber desenvolver códigos ou trabalhar no Spark AR Studio". Os filtros também poderão ser utilizados no Instagram.
Aplicativo Polar, do Facebook, permitirá criar filtros e efeitos de realidade aumentada.
"Todos os dias no Facebook nós ouvimos que criadores tradicionais querem novas maneiras de se conectar com a comunidade", disse Young. "Ele terá uma interface leve com templates e ferramentas que tornam a criação de [conteúdo em] RA superintuitiva". Os criadores "terão a possibilidade de compartilhar e vender conteúdos com os quais se importam". A executiva ainda afirmou que "Ter a certeza de impulsionar o sucesso dos criadores é realmente a chave para crescer, na medida em que investimos na realidade aumentada como plataforma".
O Facebook Reality Labs também lançou um programa de educação com um fundo de US$ 150 milhões. A ideia é "ajudar a criar oportunidades econômicas para criadores e desenvolvedores de RA e RV" com "treinamento e desenvolvimento de carreira". A empresa anunciou a expansão do Spark AR Curriculum, com a qual haverá uma certificação oficial do Spark AR no AR Curriculum, esperando gerar novas oportunidades para profissionais de tecnologia.
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