No início de julho, o CEO do Instagram, Adam Mosseri, veio a público para dizer que a rede social não é mais voltada “apenas para o compartilhamento de fotos quadradas”. O anúncio intrigou muita gente, mas ele logo explicou o motivo: “Sejamos honestos, há uma competição muito grande agora, o TikTok é enorme, o YouTube é ainda maior, e há muitos outros se destacando também”, disse.
Não é para menos, considerando que o TikTok é a primeira rede social — sem ser do grupo Facebook — a atingir a marca de 3 bilhões de downloads. Para aumentar a competitividade, as redes estão apostando em novas formas de monetização para atrair e fidelizar criadores de conteúdo.
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Novos formatos
Com a crescente popularização dos vídeos curtos, encabeçada pelo TikTok e o Kwai, as demais redes sociais já têm aderido ao movimento. O grupo Facebook inseriu a função Reels no Instagram e o YouTube ganhou a seção Shorts. Ambos, assim como o aplicativo chinês, permitem que o usuário faça vídeos curtos, com animações especiais, muitas transições e trilha sonora.
Em 2018, o Instagram também lançou o IGTV para competir com o YouTube, já que antes disso, o app permitia apenas fotos ou vídeos de poucos segundos.
Investimentos
A competição para atrair o maior número de criadores de conteúdo pode ser “medida” pelos investimentos de cada rede social. O TikTok, por exemplo, deve investir mais de US$ 1 bilhão até 2023 em seu programa para criadores nos Estados Unidos. Globalmente, a empresa afirma que já foram pagos US$ 2 bilhões.
Falando em vídeos curtos, o YouTube investirá US$ 100 milhões para criadores que utilizam o YouTube Shorts até 2022. Já o grupo Facebook — que inclui também o Instagram — anunciou que investirá o valor de US$ 1 bilhão até 2022.
Basicamente, com isso, as pessoas que produzem conteúdo para as redes agora têm mais oportunidades para ganhar dinheiro. Confira as opções a seguir.
Stories exclusivos
Ao que tudo indica, o Instagram deve ganhar um novo recurso, em que os criadores de conteúdo poderão cobrar para que os fãs acessem seus stories. No final de junho, prints da funcionalidade circularam na internet e o Facebook confirmou a veracidade, afirmando que ainda se trata de um protótipo.
A função é semelhante ao Super Follow, do Twitter. Com ele, os usuários podem mandar uma quantia em dinheiro mensalmente para as contas que mais gostam.
Salas de conversa
Falando na rede do passarinho, a plataforma ganhou, em maio, o Ticketed Spaces, que permite criar eventos pagos como palestras, debates e podcasts. Os criadores de conteúdo podem cobrar entre US$ 1 e US$ 999 por sessão e escolher quantas pessoas podem participar. O objetivo é competir com o app do Clubhouse, que ganhou destaque no início deste ano.
Outras redes seguiram o mesmo caminho, incluindo o Facebook, que lançou o recurso de salas de áudio inicialmente para personalidades e especialistas, segundo a empresa. Nos próximos meses, no entanto, a funcionalidade deve ganhar um recurso de recompensas e salas por assinatura.
(Fonte: Twitter/Divulgação)
Newsletters
Pensando nos criadores de conteúdo em texto, o Facebook lançou o Bulletin, uma plataforma voltada apenas para criação e monetização de newsletters. Com o serviço, jornalistas e redatores poderão monetizar seus conteúdos, tornando a assinatura paga. Além disso, neste primeiro momento, o Facebook promete não aplicar taxas sobre a receita do criador.
Vídeos
Impulsionados pela expansão do TikTok, as principais redes sociais estão aderindo aos vídeos curtos. Em março, o Facebook liberou um recurso para que vídeos de um minuto, por exemplo, pudessem ter anúncios de no mínimo 30 segundos. Antes disso, apenas vídeos com mais de três minutos poderiam contar com publicidade.
Nas demais redes sociais, os vídeos funcionam em um esquema parecido com o recurso de afiliados: fechar parceria com marcas e divulgar seus produtos.
Transmissões ao vivo
Com a pandemia, as lives se espalharam rapidamente nas redes sociais. Pensando nisso, Facebook, Instagram e TikTok passaram a permitir a realização de lives pagas.
- No YouTube, criadores de conteúdo já contavam com duas opções de monetização: 1) o Super Chat, que permite aos usuários comprarem mensagens de chat diferenciadas para se destacar durante a live; 2) habilitar a opção “Doar”, para que os seguidores façam doações. Além disso, também é possível exibir anúncios durante a transmissão.
- No Instagram e no Facebook, o criador de conteúdo pode utilizar o recurso de selos e estrelas, respectivamente. No primeiro, os fãs podem reagir com selos, que equivalem a valores de até US$ 4,99. Já no Facebook, a cada estrela recebida, o criador recebe US$ 0,01. Para ter acesso, é preciso ter uma conta comercial, mais de 18 anos e cumprir as regras da Política de Monetização para Parceiros.
- No Tiktok, aqueles que tiverem mais de mil seguidores e uma conta Pro também podem monetizar seu conteúdo. O esquema é parecido com o formato utilizado no Facebook. Os usuários podem enviar um “presente” durante a live e o criador receberá as moedas da rede social.
Afiliados
Em junho, o Facebook anunciou a função de afiliados. Nela, os criadores de conteúdo poderão divulgar os produtos de uma marca presente no Instagram Shop e ganhar uma comissão a cada compra realizada a partir do link. O recurso já é amplamente utilizado no YouTube. A função estará disponível para os criadores de conteúdo até o fim deste ano.
Além disso, os criadores que querem vender seus próprios produtos também poderão vincular suas lojas no perfil pessoal. Antes, somente o perfil comercial tinha o recurso.
(Fonte: Instagram/Divulgação)
É válido lembrar que, para saber se o seu perfil pode utilizar todos os recursos disponíveis de remuneração, é preciso acessar as políticas de monetização de conteúdo de cada rede social: Instagram, Facebook, TikTok, Twitter e YouTube.
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