Dezenas de contas de usuários chineses foram banidas sem aviso prévio pela rede social WeChat, uma das maiores plataformas digitais do país. Segundo agências de notícias, todas realizavam publicações a respeito da temática LGBTQIA+.
De acordo com a Associated Press, os perfis eram de estudantes universitários, ativistas e membros de organizações não-governamentais. Os conteúdos publicados não aparentavam violar regras das rede e eram, em sua maioria, tópicos de debate a respeito da causa.
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Como os perfis inteiros foram excluídos, fotos e publicações pessoais também foram removidas, mesmo sem referência aos temas. Vários dos estudantes preferiram não se identificar às reportagens por medo de retaliação.
Culpa do governo ou plataforma?
Os usuários atingidos alegam que foram censurados por falarem sobre temas considerados sensíveis na sociedade, acusando tanto o governo quanto a rede social de tentarem silenciar os discursos. E, apesar de não considerar a homossexualidade uma desordem mental desde 2001, a China ainda trata com rigidez falas e movimentos sobre o assunto.
WeChat ainda não se pronunciou sobre o caso.
De acordo com a Reuters, entidades universitárias que debatem e lutam por direitos LGBTQIA+ não recebem apoio das instituições de ensino e são constantemente investigadas pelas autoridades. Entretanto, essa é a primeira vez que algo parecido ocorre com publicações em redes sociais.
O WeChat ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas algumas das contas suspensas agora direcionam para um aviso de que o perfil em questão "violou regulamentos sobre o gerenciamento de contas oferecendo um serviço de informação pública na internet da China". O serviço, que pertence à gigante Tencent, é também um popular mensageiro e sistema de pagamentos digitais.
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