O Facebook deve anunciar nesta sexta-feira (04) uma mudança em suas regras de moderação de conteúdo em relação aos políticos. A ideia é mudar a postura historicamente isentona da rede social, que dispensa um tratamento diferenciado às pessoas em posição de poder, em detrimento do que é feito com os demais usuários.
A mudança, que poderá impactar de forma global a forma como as autoridades utilizam livremente o Facebook, foi adotada depois que o Oversight Board, o conselho independente de supervisão da empresa, se pronunciou quando ratificou a decisão de suspensão do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
Na decisão, os conselheiros que apoiaram a punição ao então presidente Trump fizeram uma ressalva importante, deixando claro que as “mesmas regras deveriam ser aplicadas a todos os usuários”. Dessa forma, o conselho de notáveis do mundo inteiro (inclusive Brasil) concedeu ao Facebook um prazo até 5 de junho para se posicionar quanto às suas recomendações.
Dissolvendo a lista de privilegiados
Fonte: Reuters/ReproduçãoFonte: Reuters
Junto às manifestações ao Conselho de Supervisão, o Facebook deverá prestar esclarecimentos sobre o chamado “sistema secreto de strikes”, aplicado de forma diferenciado para pessoas e entidades que violam as regras de conteúdo da rede social. A ideia aqui é evitar uma prática que permite a alguns funcionários da empresa intervirem em favor de determinadas páginas políticas.
Historicamente, o Facebook mantém uma lista de contas de políticos que não estão sujeitos a qualquer tipo de moderação na rede. Essa “passada de pano” coletiva foi duramente criticada por um grupo de funcionários que, em 2019, pediu que essa lista de privilegiados fosse simplesmente dissolvida, conforme o site The Information.
O pedido dos funcionários tinha como base uma pesquisa interna que mostrava que as pessoas eram propensas a acreditar em fake news se elas fossem compartilhadas por autoridades. Isso se revelou especialmente trágico quando Trump usou o Facebook para insuflar seus seguidores a enfrentar a tiros os protestos pela morte de George Floyd, além de claramente encorajá-los a invadir o Capitólio em 6 de janeiro.
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