O app de paquera Tinder está cobrando valores mais altos do público masculino pelo serviço premium, Tinder Plus, segundo uma investigação realizada na Austrália pelo grupo de defesa do consumidor Choice.
Para coletar as informações, foram selecionadas 60 pessoas para assinarem o serviço e em seguida comparados os preços que foram cobrados de cada uma. Na avaliação, especialistas identificaram uma série de diferenças relacionadas à idade e ao gênero, mas não conseguiram traçar um padrão bem definido.
Homens acima dos 50 anos pagam mais
A apuração apontou que mulheres queer (lésbicas, bissexuais, pansexuais, entre outros) abaixo dos 30 anos de idade pagam valores menores, apenas AU$ 6,99 por mês (cerca de R$26,98 em conversão direta), enquanto homens heterossexuais acima dos 50 anos pagam AU$ 34,37 (R$ 134,42), o valor mais alto registrado pelos especialistas.
Os resultados também mostraram que a empresa cobrou entre AU$ 6,99 (R$ 26,98) e AU$ 16,71 (R$ 65,35) das pessoas abaixo dos 30 anos, e usuários acima dessa faixa etária pagaram entre AU$ 14,99 (R$ 58,62) e AU$ 34,37 (R$ 134,42).
Tinder pode ser processado
Um dos especialistas do grupo Choice, Erin Turner destaca que essa prática pode violar a legislação da Austrália. "Em nenhum lugar do site, da política de privacidade ou em seus termos e condições a empresa diz que cobrará um preço diferente com base em dados pessoais", afirma. Com isso, pode ser que o app enfrente mais um processo judicial sobre o assunto. Em 2019, o Tinder pagou US$ 17,3 milhões em uma ação coletiva por discriminar usuários com base na idade.
Os especialistas envolvidos no estudo enviaram as informações recolhidas para a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor (ACCC), solicitando que a agência abra uma investigação mais detalhada. Em resposta aos questionamentos, um porta-voz do Tinder confirmou que o preço pode variar, mas não comentou sobre as supostas falhas nos termos de uso do aplicativo e a possível violação das leis australianas.
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