O Facebook anunciou hoje (8) a exclusão de uma rede de contas, páginas e grupos coordenados por funcionários de gabinetes ligados à família do presidente Jair Bolsonaro e a deputados do Partido Social Liberal (PSL). As remoções ocorreram na própria rede social e também no Instagram, pertencente a ela.
De acordo com a empresa, a rede removida nesta ação atuava desde as eleições de 2018 enganando sistematicamente o público, utilizando contas duplicadas e falsas, envio de spam e ferramentas artificiais para aumentar a presença nas plataformas sociais, ferramentas proibidas pelas normas da rede social.
No Facebook, a rede desarticulada contava com 35 contas pessoais, um grupo com cerca de 350 pessoas e 14 páginas — em torno de 883 mil pessoas seguiam pelo menos uma destas páginas. Já no Instagram, foram identificadas 38 contas ligadas ao grupo, que tinham cerca de 917 mil seguidores, no total.
Exemplos de conteúdos publicados pelos perfis e grupos derrubados.Fonte: Facebook/Divulgação
Os conteúdos publicados e compartilhados por esta rede incluíam assuntos como política, eleições, pandemia do novo coronavírus e eventos locais. Havia ainda a postagem de memes relacionados à política e críticas a opositores, jornalistas, organizações de mídia e sobre as ações de combate à covid-19. Parte destes conteúdos já haviam sido removidos por violar normas de uso dos serviços.
Ação inédita no Brasil
Esta é a primeira vez que o Facebook realiza uma ação de derrubar redes coordenadas no Brasil. Ela foi fruto de investigações conduzidas por pesquisadores americanos do Digital Forensic Research Lab (DRFLab), especializado em atuar no combate à desinformação e à violação de direitos humanos em plataformas virtuais.
No relatório, o DRFLab afirma ter encontrado ligações entre as pessoas responsáveis por controlar a rede com funcionários dos gabinetes do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do presidente Jair Bolsonaro. O comunicado menciona ainda ligações com os deputados estaduais Alana Passos (PSL-RJ) e Anderson Moraes (PSL-RJ).
Os pesquisadores acreditam também que um servidor ligado ao deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP) e um funcionário do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tenham participado do grupo que liderava as ações, apesar de os dois políticos não terem sido mencionados pela rede social.
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