Nesta quinta-feira (18), o Facebook removeu de sua plataforma anúncios da reeleição do presidente Donald Trump, alegando violação de sua política que proíbe o uso de símbolos associados a organizações de ódio.
Os anúncios mostravam um triângulo vermelho invertido e pediam aos apoiadores que assinassem uma petição contra o Antifa, grupo de movimento antifascista descentralizado que se tornou alvo da ira do presidente desde que os protestos antirracistas começaram nos EUA.
Donaldo Trump associa Antifa a grupos de extrema esquerda em seus anúncios. (Fonte: Facebook Ad Library/Reprodução)Fonte: TechCrunch
Os anúncios foram veiculados na página de Trump, no Facebook, além da página do vice-presidente, Mike Pence, e por meio da página “Team Trump”, criada exclusivamente para a campanha de reeleição, que também fez publicações orgânicas com o conteúdo.
Campanha tentou justificar
No Twitter, a conta do Media Matters for America havia publicado sobre os anúncios enquanto eles ainda estavam ativos no Facebook.
Facebook let the Trump campaign run 88 ads with inverted red triangle — an infamous Nazi symbol https://t.co/7eG1V9gNS8 pic.twitter.com/4yqTJgymr5
— Media Matters (@mmfa) June 18, 2020
Enquanto isso, a conta Trump War Room, usada para fazer campanha para o presidente, respondeu à publicação, justificando o uso do triângulo vermelho invertido, sob o argumento de que se trata de um emoji, além de ser um “símbolo amplamente usado pelo Antifa”. No entanto, o Antifa costuma utilizar três setas para baixo e uma bandeira vermelha e preta. Eles ainda disseram que a imagem não consta no banco de dados de símbolos de ódio da Liga Anti-Difamação (ADL).
Em contrapartida, o CEO da ADL, Jonathan Greenblatt, fez uma publicação no Twitter, afirmando: “Os nazistas usaram triângulos vermelhos para identificar suas vítimas políticas em campos de concentração. Usá-lo para atacar oponentes políticos é altamente ofensivo”.
O porta-voz da campanha de Trump, Tim Murtaugh, disse que o triângulo vermelho invertido foi usado nos anúncios porque eles se referiam ao Antifa, e o símbolo é associado ao grupo.
Já o Facebook, removeu os anúncios argumentando que “sua política não permite o uso do símbolo de um grupo de ódio proibido, usado para identificar presos políticos sem o contexto que condena ou discute o símbolo".
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