Facebook remove 3,2 bilhões de contas; abuso infantil e suicídio eram temas

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O Facebook removeu 3,2 bilhões de contas falsas e mais de 15,6 milhões de postagens de conteúdo que incitava abuso infantil ou suicídio entre os meses de abril e setembro de 2019. Esse número é mais do que o dobro do anunciado no mesmo período do ano passado — 1,55 bilhão. As informações foram divulgadas em um relatório de moderação publicado por Guy Rosen, vice-presidente de integridade da empresa, na última quarta-feira (13).

No levantamento, o executivo ainda ressaltou que recursos de inteligência artificial foram aprimorados para identificar postagens que vão contra suas políticas. “Estamos identificando imagens e sequências de texto idênticas que já foram removidas como discurso de ódio, além de classificadores de aprendizado de máquina que analisam detalhes, como linguagem, reações e comentários de uma postagem”, completou.

Pela primeira vez, a companhia também acrescentou resultados de moderação do Instagram. No caso, foram eliminados 754 mil posts relacionados com abuso infantil; enquanto no Facebook esse número foi de 11,6 milhões. Já quanto a conteúdos ligados à incitação ao suicídio ou lesão corporal, na rede social principal foram apagados 2,5 milhões de publicações; no app de imagens, essa quantidade foi de 845 mil.

O vice-presidente de integridade também anunciou no relatório um novo site dedicado a informar quais tipos de conteúdo podem ser classificados como abusivos, conforme as políticas do Facebook. “Para que as pessoas possam ver exemplos de como nossos padrões da comunidade se aplicam a diferentes tipos de conteúdo”, disse Rosen.

Apesar da eliminação de conteúdos abusivos a crianças, Facebook cria políticas de privacidade no Messenger, que poderiam abrir espaço para criminosos. (Fonte: Pixabay)

Contradições

Zuckerberg disse recentemente que planejava trazer conversas criptografadas de ponta a ponta para o Messenger, assim como acontece no WhatsApp. A notícia não tem sido bem vista por autoridades de segurança e política dos Estados Unidos e de parte da Europa, que entendem a medida como uma abertura para atuação de criminosos e redes de pedofilia.

Essa mudança ainda pode ser encarada como uma contradição diante das ações trimestrais da companhia no combate a conteúdos de abuso no Facebook e Instagram, conforme o relatório mencionado. O assunto segue envolto em polêmica, entre garantir a privacidade dos usuários e, ao mesmo tempo, evitar que eles a usem como instrumento de atividades ilegais, fake news e discurso de ódio.

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