Não é de hoje que o Facebook, o Twitter, o Reddit e várias outras comunidades virtuais são acusadas de “fechar os olhos” para algumas características de seus próprios softwares que possam causar prejuízo para a sociedade. Agora, o jornalista Casey Newton, conhecido por suas análises no The Verge, junta as peças para criticar a maneira como as redes sociais têm contribuído para reunir jovens extremistas.
A razão para esse exame está no crescente aumento da violência causada por supremacistas brancos. Em um estudo de caso, Newton exemplifica uma youtuber de 14 anos que conseguiu monetizar seu canal de 800 mil inscritos a US$ 1,7 mil por mês pregando insultos infestados de homofobia, islamofobia e racismo.
Fonte: YouTube
Em seguida, o especialista reuniu uma série de notícias envolvendo problemas de privacidade e segurança que esbarraram nas próprias limitações de software. E aí é que mora o problema. Para Newton, há duas principais questões com relação à alta dos adolescentes cheios de mensagens de ódio na web.
Problemas da internet e da plataforma
Obviamente que o comportamento analisado possui ligações mais profundas do que as que podemos rastrear na web, mas a análise de Newton é interessante devido a duas críticas: a de que os “problemas da Internet” surgem da existência de uma rede livre e aberta que conecta a maior parte do mundo; e os “problemas de plataforma” surgem de recursos nativos do software.
O fato de que fanáticos anti-vacinação podem se encontrar online seria um “problema da Internet”; já o Facebook recomendar que as novas mães entrem para grupos anti-vacinação é um “problema de plataforma”.
As medidas tomadas recentemente pelas empresas, como a restrição de lives do Facebook ou o esclarecimento sobre a importância da vacinação no Twitter, até mostram que a companhias têm se esforçado para criar um ambiente melhor. Contudo, a mensagem aqui é que as empresas pensem nisso desde o dia zero da construção de suas propostas — justamente para evitar que os “problemas de internet” sejam agravados pelos “problemas de plataforma”.
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