Ontem (19) uma matéria publicada pelo The New York Times repercutiu bastante mundo afora, apontando para o favorecimento estratégico de dados a certos parceiros, como a Netflix, o Spotify, o Royal Bank of Canada e outros. Segundo o texto, o acordo permitia que as companhias não somente lessem as mensagens privadas dos usuários, como também pudessem alterá-los e enviá-los.
Hoje, a rede social explicou com mais detalhes como isso funcionava. O vice-presidente de Parcerias de Produtos, Ime Archibong, escreveu em um post que as acusações “não são verdadeiras”. Ele afirma que a empresa trabalhou por algum tempo em uma forma de integrar uma forma de se comunicar em plataformas de terceiros por meio de uma conta logada no Facebook.
“As pessoas poderiam enviar mensagens aos seus amigos sobre o que estavam ouvindo no Spotify ou assistindo no Netflix, compartilhar pastas no Dropbox ou receber recibos de transferências de dinheiro por meio do aplicativo do Royal Bank of Canada. Esses recursos foram discutidos publicamente. Eles eram claros para os usuários e só estavam disponíveis quando as pessoas faziam login nesses serviços com o Facebook. No entanto, eram experimentais e agora estão fechados há quase três anos.”
Exemplos de funcionamento da parceria
Archibong exemplificou com imagens como isso funcionava. “Para escrever uma mensagem à um amigo de Facebook no Spotify, por exemplo, precisamos dar ao Spotify ‘acesso de gravação’. Para que você possa ler as mensagens de volta, precisamos que o Spotify tenha ‘acesso de leitura’. ‘Excluir acesso’ significava que, se você excluísse uma mensagem do Spotify, ela também seria excluída do Facebook.”
Fonte: Blog Facebook
Segundo o executivo, nenhuma empresa parceira estava lendo ou escrevendo mensagens privadas dos usuários sem o consentimento dos mesmos — bem, o próprio Facebook admitiu que isso seria possível, mas, essa justificativa segue mais a linha de que esse conteúdo seria irrelevante para esses grupos.
Fonte: Blog Facebook
As declarações de Archibong amenizam a situação, que havia se tornado mais conturbada quando o Diretor de Desenvolvimento de Plataformas e Programas, Konstantinos Papamiltiadis, falou sobre o assunto ontem (19) — Papalmitiadis dividiu a “culpa” com o usuários, que, claro, precisa concordar com os termos de uso. Ainda assim, como a invasão de privacidade tem sido um tema polêmico com Mark Zuckerberg e qualquer indício de abuso deve manter a opinião pública questionando a plataforma.
Netflix diz nunca ter acessado mensagens de usuários
Após a publicação de nossa matéria na tarde de ontem, a assessoria de imprensa nacional da Netflix entrou em contato com o TecMundo e emitiu um posicionamento oficial:
"Ao longo dos anos, tentamos várias maneiras de tornar a Netflix mais social. Um exemplo disso foi o recurso que lançamos em 2014 que permitiu que os membros recomendassem programas de TV e filmes para seus amigos do Facebook via Messenger ou via Netflix. O recurso nunca foi muito popular, então o desligamos em 2015. Em nenhum momento acessamos as mensagens particulares das pessoas no Facebook ou pedimos para conseguir fazê-lo.”
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