O Facebook vem sendo assunto diário no setor de tecnologia, devido ao escândalo do vazamento de dados de mais de 87 milhões de usuários no caso Cambridge Analytica. Enquanto o CEO Mark Zuckerberg se prepara para depor no Senado e no Congresso dos Estados Unidos, sua diretora de operações, Sheryl Sandberg, vem falando sobre o impacto na receita de publicidade: pela primeira vez, o alto escalão admitiu que o episódio afastou os anunciantes.
Nós também não construímos nossas operações com rapidez suficiente, e isso é comigo
"Vimos alguns anunciantes fazendo uma pausa conosco. Eles estão fazendo as mesmas perguntas que as outras pessoas estão fazendo. Querem ter a certeza de que podem usar os dados com segurança”, afirmou Sheryl, em entrevista ao Bloomberg, sem falar em números. O discurso dela está alinhado com o de Zuckerberg, que assumiu o erro e agora trabalha no controle de danos e novas formas de aumentar a privacidade e a transparência.
"Nós também não construímos nossas operações com rapidez suficiente, e isso é comigo. Estamos investindo maciçamente em tecnologia inteligente. E estamos fazendo tudo isso para garantir que chegaremos a um lugar onde possamos proteger proativamente os dados das pessoas”, comentou Sheryl.
Sheryl está no Facebook há bastante tempo, desde 2008
Segundo destacou próprio cocriador da rede social no rascunho do que deve dizer aos parlamentares norte-americanos, a companhia tem agido proativamente para desativar contas e páginas falsas e passou a exigir autorização e verificação das fontes oficiais para veiculação de material. Além disso, a empresa contratou mais gente e 15 mil pessoas estão atualmente trabalhando no setor de segurança e revisão de conteúdo. A expectativa é de que sejam 20 mil até o final deste ano.
Diretora fala sobre possibilidade de multa trilionária e eleições
A Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Comission — FTC) dos Estados Unidos já adiantou que está de olho no caso Cambridge Analytica, escândalo que pode ter violado um acordo entre as duas partes, firmado em 2011, e que pode resultar em uma multa de US$ 7,5 trilhões. Sheryl, contudo, diz não estar tão preocupada com essa possibilidade. “Estamos muito confiantes de que tudo estava de acordo com o decreto aprovado junto à FTC.”
Estamos combatendo os anúncios eleitorais baseados em linguagem de ódio com muito mais força e de maneira uniforme
Ela adiantou que o Facebook deve continuar atuando com anunciantes políticos e se mantendo neutros, “com cuidado”. "Estamos criando mecanismos para combater os anúncios eleitorais baseados em linguagem de ódio com muito mais força e de maneira uniforme.” A executiva também disse que a companhia aplicará as novas regras europeias de privacidade em todo o mundo. Segundo ela, embora o serviço possa parecer diferente para cada país, “os princípios fundamentais e o controle serão aplicados em todo o mundo”, independente da aprovação de leis locais.
Zuckerberg deve falar no Senado nesta terça-feira (10), em testemunho aos grupos do Judiciário e do Comércio, Ciência e Transporte; e na quarta (11) depõe no Congresso, no Comitê de Energia e Comércio.
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