Não é de hoje que muitas pessoas pegam gancho no Facebook por publicar imagens de obras de arte com “imagens sugestivas”, que podem remeter a sexo ou pornografia. Os critérios da censura da rede social costumam ser confusos para grande parte dos usuários e é até possível encontrar casos em que o mesmo material é cortado em uma postagem e mantido em outra. Foi o que aconteceu com a reprodução da escultura Vênus de Willendorf, uma obra da Idade da Pedra, com origem estimada entre 28.000 e 25.000 Antes de Cristo.
Em dezembro do ano passado, a italiana Laura Ghianda, que se identifica como artista de grafite, publicou uma foto da peça, removida posteriormente por ser considerada inapropriada. Ela apelou contra a decisão, que foi mantida. Em seguida, Laura voltou a veicular conteúdo com a mesma figura em três ocasiões e não houve problemas.
O Naturhistorisches Museum se indignou com a companhia de Mark Zuckerberg no começo de janeiro e encampou a campanha “Let the Venus be naked” (ou “Deixe a Vênus nua”). “Nunca houve reclamações de visitantes sobre a nudez da figura e nunca ouvimos falar de alguém que pudesse se ofender com esse artefato. A perfeição da representação e do estilo harmonioso tornam a Vênus de Willendorf, de 29.500 anos, uma das mais expressivas obras de arte da Idade Paleolítica”, comentou o diretor-geral da instituição, Christian Koeberl, entrevista ao Hyperallergic.
A própria página do museu conta com uma publicação da Vênus de Willendorf e nunca sofreu censura do Face. “Nossa postagens nunca foram deletadas/censurados pelo Facebook. Nos últimos dias, por exemplo, publicamos um post sobre o especial do Dia dos Namorados com a Vênus de Willendorf, sexo animal, etc, e isso permaneceu na rede”, afirmou um porta-voz do Naturhistorisches Museum.
Embora a companhia tenha revisado em 2015 suas políticas sobre “arte que representa nudez”, há vários casos recorrentes semelhantes à da estátua pré-histórica.
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