Há um ditado na internet que diz que se uma empresa não pode ser localizada em um site de buscas então é porque ela não existe. Obviamente não podemos ser tão radicais a esse ponto, mas fazendo uma rápida comparação com os usuários, da mesma forma, é difícil encontrar alguém que não utilize ao menos uma entre as inúmeras redes sociais disponíveis.
Desde o surgimento do Orkut, em 2004, a rede social do Google rapidamente conquistou a preferência dos usuários. Tanto que se tornou um dos sites de maior sucesso no país, com o número de usuários brasileiros correspondendo a mais de 50% dos usuários totais do serviço no mundo.
Porém, se por um lado a liderança do Orkut ainda está longe de ser ameaçada, por outro é cada vez maior o crescimento dos seus concorrentes, em especial o Facebook. A rede social que é a mais acessada do mundo não para de apresentar novidades que, ao que parece, estão mais sintonizadas com as mudanças da web e as necessidades dos usuários.
Assim, mesmo com mais de 600 aplicativos disponíveis e algumas mudanças significativas na interface, o Orkut aos poucos começa a perder espaço na preferência dos usuários brasileiros. E quem está preenchendo a lacuna deixada é o Facebook. Segundo dados da empresa, no Brasil, o crescimento foi de 66% em 2009. E não deve parar por aí.
Em uma conferência para desenvolvedores realizada na semana passada, a empresa apresentou uma série de inovações que devem chegar aos usuários ainda esse ano. As novidades prometem mexer significativamente na maneira como o usuário interage com uma rede social.
As novidades que vem por aí
Open Graph
Historicamente o Facebook sempre teve uma postura mais conservadora com relação às suas ferramentas e ao seu desenvolvimento. No entanto, contrariando as expectativas, a empresa apresentou durante a conferência da última semana o projeto OpenGraph.
A ideia é transformar a rede social em uma plataforma de navegação. Assim, para onde o usuário for o Facebook vai acompanhá-lo, permitindo armazenar o histórico da web, compartilhar o conteúdo com os amigos e promover as notícias mais relevantes para o seu grupo.
A proposta já diverge opiniões. Se por um lado será possível compartilhar muito mais conteúdo, fazendo com que o Facebook se assemelhe ao Twitter em muitos momentos, por outro o histórico do usuário na rede estará disponível para todos. Um prato cheio para agências de propaganda e grandes empresas adaptarem produtos e serviços para nichos específicos de mercado.
Os tipos de conteúdo devem funcionar, na prática, como uma evolução das comunidades. Ou seja, ao invés de participar de uma comunidade sobre tecnologia e seguir os tópicos postados pelos demais membros como notícias e novidades, a interação do usuário será com outros usuários, seguindo aqueles que têm um perfil semelhante ao seu.
Novos widgets
Uma das maiores razões de novas adesões nas redes sociais é a instalação dos widgets, pequenos complementos que permitem ao usuário dispor de um miniaplicativo sem precisar nem sequer sair da rede social em que está navegando.
Os primeiros a serem lançados não apresentaram tantas opções úteis, apenas complementos divertidos como jogos e passatempos. Porém, com o sucesso deles graças, principalmente, pelo fato de serem de prática utilização, o caminho natural era o aperfeiçoamento desse tipo de conteúdo.
Entre as novidades anunciadas eles ganharam um bom destaque. E, desta vez, a aposta parece ser menos a diversão e mais a funcionalidade. A ideia é integrar elementos como a agenda do usuário em outras redes sociais, como o Twitter, por exemplo.
Assim, com mais aplicativos disponíveis, menos o usuários precisará sair do Facebook para encontrar o que deseja. A proposta se assemelha muito ao que o Google já faz com as páginas personalizadas para o usuário – o iGoogle. O diferencial aqui fica por conta da integração com outros usuários.
Outra ideia é que os usuários possam dispor de uma conta no serviço e, com isso, comprar créditos para adquirir widgets pagos, com funções específicas, ou mesmo complementos para alguns jogos e ferramentas já existentes.
Novidades para desenvolvedores
Com a possibilidade de conhecer o perfil do usuário por meio dos sites que navega, o Facebook também pretende implantar algumas novidades para os desenvolvedores ficarem atentos. Trata-se uma espécie de Google Analycts, que permitirá análises qualitativas do público.
Ainda não está definida como será a implantação desta ferramenta, mas possivelmente ela será paga, ainda que com um custo acessível. O serviço possibilitará aos webmasters desenvolver conteúdos específicos para usuários vindos do Facebook, ou que naveguem em alguma página a partir do perfil na rede social.
Mais uma vez aqui o ponto negativo fica por conta da disponibilização de determinados dados dos usuários para uma base maior de pessoas. A privacidade é deixada de lado, porém por uma boa causa. Afinal, ao entrar na rede social o usuário fica ciente do que está sujeito e, se não concordar, pode optar por não participar dela.
Globalização x Localização
Com tantas pessoas do mundo todo navegando em uma mesma rede social, encontrar um perfil de usuário específico em meio a tudo isso é uma tarefa difícil. Por isso, uma série de filtros também devem ser implantados tanto para facilitar a navegação dos usuários quanto para que os desenvolvedores e anunciantes possam criar itens específicos para públicos locais.
A aposta da empresa é levar a rede o mais próximo possível ao dia a dia do usuário. Assim, ao conectar no Facebook, ele pode navegar pela web enquanto tem acesso ao que usuários da mesma região que a sua também estão fazendo. Para os anunciantes a segmentação também se torna mais fácil e dinâmica.
Crie documentos e compartilhe sua rede de amigos
Uma das novidades trazidas pelo Google Docs e que mais agradou aos usuários foi a possibilidade de compartilhar documentos em tempo real com os amigos. A ferramenta agradou tanto que já foi integrada também na nova versão do Microsoft Office 2010.
Com a tendência do desenvolvimento web em manter o foco na chamada computação de nuvens, nada mais natural do que ampliar as possibilidades de compartilhamento de documentos, não é mesmo? Então que tal criar um texto ou uma planilha que possa ser editada por todos os seus amigos na rede?
As possibilidades desta inovação são imensas. Imagine um texto criado por centenas ou mesmo milhares de pessoas, com edição em tempo real? Obviamente compartilhamentos como esse não serão obrigatórios e será possível selecionar se um texto estará acessível apenas para determinados usuários ou para todos os seus amigos.
Quem ganha a batalha?
No final das contas quem ganha a batalha entre as redes sociais é o usuário. Sim, porque ninguém é obrigado a utilizar apenas uma delas e vale a pena adotar aquela que melhor se adaptar às suas necessidades e ao seu perfil.
No entanto, como as redes sociais respondem por uma parcela significativa dos acessos - estima-se que aos menos 40% dos acessos na web sejam em função de redes sociais – nada mais justo que elas tentem se aproximar ainda mais do dia a dia da maior parte da população.
Nessa batalha por integração e novidades, o Facebook tem se mostrado muito mais proativo que o Orkut. Embora já seja a rede social mais acessada no mundo, em terras brasileiras ainda está longe de assumir o reinado. Quem sabe não sejam essas novidades mais um grande passo para que o Facebook conquiste um lugar no coração dos brasileiros?
O que você achou das novidades apresentadas pelo Facebook? Você acredita que o Orkut pode ser superado no Brasil? Participe deixando a sua opinião nos comentários.
Categorias