Um grupo de cientistas acaba de usar a realidade aumentada para cuidar de um problema incrivelmente difícil de tratar: a Síndrome do Membro Fantasma. Para quem não conhece, essa doença ocorre em diversos pacientes que tiveram partes do corpo amputadas e os faz sentir como se o braço ou perna ainda estivesse lá. O problema é que, na maioria das vezes, a sensação é a de que o membro fantasma está em constante dor, resultando no sofrimento da vítima.
Foi aí que um tipo de terapia de AR, proposto originalmente em 2014 por Max Ortiz Catalan da Universidade Chalmers de Tecnologia, promete fazer toda a diferença. A ideia em si é bastante simples, consistindo no uso de câmeras para gerar um “reflexo” do paciente na tela contendo, porém, um membro virtual que obedece a todas as ações da pessoa, graças a uma série de sensores mioelétricos que leem suas ações.
O resultado, como você pode conferir no vídeo acima, é bastante impressionante. De início, o processo pede uma boa dose de treinamento até que o sistema reconheça os movimentos do paciente. Depois disso, os membros fantasmas chegam a ser usados para controlar suas ações dentro de jogos.
É importante notar, é claro, que esse não é o primeiro tratamento desenvolvido por médicos: vários outros métodos análogos já existem para criar a ilusão de que a parte do corpo ainda está ali (normalmente com o uso de espelhos) e, com a ajuda dele, diminuir a sensação causada pela contração contínua do membro fantasma. A diferença desse novo método, porém, é sua enorme efetividade.
A cura para o membro fantasma?
De acordo com os números trazidos pelos primeiros testes clínicos feitos com a tecnologia, a dor sofrida pelos pacientes, após 12 sessões semimensais, caiu pela metade. Da mesma forma o número de interrupções sofridas por causa desse problema durante o dia a dia e durante o sono também foi reduzido em 50%. Além disso, dois dos quatro pacientes diminuíram seus medicamentos contra a dor da síndrome também em 50%.
Como se isso tudo não fosse impressionante o suficiente, vale notar que os 14 pacientes dos testes clínicos não haviam apresentado resposta a nenhuma das outras terapêuticas para a síndrome. Os efeitos do tratamento ainda continuaram mesmo seis meses depois do término, mostrando que ele tem uma enorme duração.
Antes que tudo isso se torne uma opção verdadeira para as vítimas da Síndrome do Membro Fantasma, é importante lembrar que ainda há um longo caminho pela frente. Como no caso de todo tratamento médico, o projeto ainda deve passar por mais testes – os próximos envolvendo 30 pacientes com pernas amputadas, além de apenas braços.
Seja como for, o fato é que essa cura mostrou o enorme potencial que não apenas a realidade aumentada, como também todas as tecnologias de realidade virtual, podem trazer para o mundo da medicina.
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