As soundbars foram pensadas para atender um público que não pretendem gastar muito com um home theater 5.1 ou que não tem o espaço necessário para acomodar equipamentos maiores nos cômodos da casa. Mesmo sendo mais modestos em termos de potência, diversas empresas – como LG, Sony e Samsung – têm apostado nos aparelhos menores.
A Razer é famosa por criar periféricos para gamers, como teclados, mouses e fones de ouvido de alto desempenho. Agora, a novidade da companhia é uma nova linha de soundbars, chamada de Leviathan, que conta com um sistema surround 5.1 emulado.
O dispositivo foi lançado no começo do ano e tem como foco os jogadores que gostam de melhorar a experiência sonora na hora de brincar na frente do computador. Apesar de o preço ser um pouco maior que o de seus concorrentes – de R$ 1,1 a 1,5 mil – e as especificações técnicas não revelarem tanta potência quanto as dos demais, será que o acessório é uma boa aquisição para o seu PC gamer? Confira abaixo a nossa análise completa.
Graves que tremem o piso
Ao ligar todos os fios, configurar a saída de áudio do computador e finalmente colocar um jogo de ação frenética, percebemos que a soundbar da Razer não é fraca para uma experiência tão próxima. As caixas de som ficam muito mais perto do usuário, diferente de um ambiente mais amplo, como uma sala de estar.
Em outras palavras, você tem uma potente caixa de som de 30 watts (2x 15 watts) posicionada à sua frente e um subwoofer de peso ao seu lado, prontos para executar sons de motores, tiros e explosões. Essa distância pequena cria uma situação muito imersiva, mesmo com uma potência menor que os equipamentos desenhados para cômodos maiores.
O grande destaque do aparelho é a caixa auxiliar para graves, com 30 watts RMS. O ideal é posicioná-la abaixo da mesa, pois a vibração forte pode causar ruídos e atrapalhar a experiência. Fica evidente que a jogatina muda muito com o Leviathan, muito diferente de caixas de som convencionais ou até mesmo headsets.
Especificações técnicas
Desing bonito e com recursos bacanas
Mesmo sendo mais caros que o convencional, os acessórios da Razer possuem um design elegante e arrojado. Esse é o caso da linha Chroma, que contam com efeitos de luzes únicos. O Leviathan pode não seguir a linha colorida de aparelhos, mas não deixa a desejar na aparência. A soundbar é pequena, com um comprimento próximo ao de um teclado convencional, combinando perfeitamente o espaço entre o monitor e as teclas.
A caixa de som principal dispõe apenas de um “display” pequeno. Diferente do que se vê nos concorrentes, o visor não é composto por letras e números, apenas alguns ícones que ficam iluminados quando ativos. Dessa maneira, não há indicação de volume ou de outras informações.
Já o subwoofer tem uma estética que remete a uma tecla dos outros produtos da empresa, algo que o torna quase um enfeite para o quarto. Embora o visual seja bacana, nem só de beleza vive a Razer. Além do alto desempenho para PC gamers, a companhia colocou alguns recursos legais no aparelho.
Existem três modos de som, cada um deles para uma finalidade distinta. Há um modo para música, outro para filme e, como não podia faltar, um para jogos. É possível ligar um modo Dolby Surround, que simula os 5.1 canais de um home theater mais parrudo. O Leviathan tem suporte à conexão Bluetooth – para atuar como caixas de som para o seu smartphone – e à tecnologia NFC, que funciona como um atalho para emparelhar o smartphone com o recurso sem fio.
Faltam alguns recursos básicos
O Leviathan apresenta uma tecnologia de ponta, recursos bacanas e um design soberbo. Todavia, parece que a Razer se focou demais nesses aspectos e esqueceu alguns detalhes básicos. O que mais incomodou foi a falta de um indicador de volume. Deveria existir pelo menos uma barra simples para indicar se vamos nos assustar com as explosões do game ao ligar o dispositivo.
Quando utilizamos a soundbar em uma sala de estar, vemos que, por mais potente que ela seja, usá-la em ambientes mais abertos não é o seu ponto forte. Portanto, ela até quebra um galho em outros lugares, mas o foco do produto é a mesa do computador. Por conta disso, a Razer sequer criou um controle remoto simples para facilitar a usabilidade.
A falta de um acessório como este não afeta as pessoas que utilizam o Leviathan no PC, pois os botões ficam a menos de 30 centímetros de distância. Entretanto, caso você queira usá-lo na TV, não há outra opção: levantar do sofá e inserir manualmente os comandos é a única forma.
Outro ponto que vale ser mencionado é a falta de uma entrada USB. Parear smartphones via Bluetooth é muito simples e funciona perfeitamente. Todavia, é impossível reproduzir músicas a partir de pendrives ou do seu iPod antigo.
Além disso, o produto não é compatível com o Synapse, o famoso software da Razer. Na prática, o Leviathan funciona apenas como uma saída auxiliar do computador, sem conexão direta para ajustes finos, equalizações ou personalização da saída do som.
Vale a pena?
No final das contas, o Razer Leviathan não é tão potente quanto os concorrentes, é mais caro e carece de alguns recursos básicos. Contudo, sem sombra de dúvidas ele é o mais otimizado para ser utilizado na frente do computador. Com um design leve, pequeno e arrojado, é perfeito para uma mesa menor ou uma escrivaninha.
Outras soundbars, como a Samsung HW-H370 e a LG NB3530A, são encontradas por valores muito mais em contas, de R$ 650 a R$ 900. Alguns home theaters também são encontrados por preços menores, apesar de não serem a melhor opção para combinar com um móvel pequeno de desktop.
A pergunta que você deve fazer é: eu realmente preciso de um aparelho surround para o meu computador? O Leviathan custa de R$ 1,1 mil a R$ 1,5 mil em diversas redes varejistas do país. Com muito menos, podemos comprar fones de ouvidos potentes, como o Kraken – que é da própria Razer – e o HyperX Cloud II.
Sem sombra de dúvidas, a emulação surround em distância curta do aparelho do Leviathan é inigualável. Portanto, o produto é voltado para quem não tem medo de investir uma boa grana em um dispositivo de qualidade para curtir os seus jogos, filmes e músicas no PC e não ligam para alguns recursos básicos, como controle remoto, barra de volume e sincronização com o Razer Synapse.
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