No evento de lançamento do Snapdragon 820, a Qualcomm surpreendeu muita gente com o fato de o seu novo chip top de linha ser “apenas” um quad-core. A empresa explicou que vai estar focada em melhorar o desempenho de seus chips com até quatro núcleos e deixar de fabricar os octa-core top de linha até que os apps mobile comecem a usar ativamente esses recursos.
Ou seja, de nada adianta criar um processador com oito ou dez núcleos quando a imensa maioria dos apps mobile da atualidade só utiliza um ou no máximo dois núcleos de cada vez. Essa escalada na contagem dos núcleos tem subido basicamente por conta de jogadas de marketing que o mercado tem usado para vender mais para clientes pouco informados.
Com isso, o Snapdragon 820 traz apenas quatro núcleos 64-bit personalizados pela empresa, chamados “Kyro”. A marca afirma que esses núcleos trazem performance duas vezes melhor do que a dos Cortex A57 puros fornecidos pela ARM. Por isso, há dois núcleos de alto desempenho no 820 e mais dois desenvolvidos para economizar bateria. Dessa maneira, o novo chip consome 30% a menos de energia em comparação com o 810 ao passo que possui desempenho muito melhor.
Era uma farsa?
Apesar de não haver comentários oficiais sobre isso, um representante anônimo da Qualcomm afirmou ao site SemiAccurate durante o evento de lançamento que a empresa se vê praticamente obrigada a criar chips octa-core por conta da pressão que o marketing tem exercido sobre o mercado.
O senso comum é de que quanto mais núcleos em um processador de smartphone, melhor. Mas, na verdade, é justamente o contrário. Com menor quantidade de núcleos mais potentes, é possível conseguir um desempenho geral melhor e ainda oferecer mais economia de energia. Agora você entende porque smartphones modernos não conseguem durar mais que um dia longe das tomadas?
O senso comum é de que quanto mais núcleos em um processador de smartphone, melhor, mas, na verdade, é justamente o contrário
Em vez de aumentar a quantidade de núcleos de processamento de aplicações, a Qualcomm deve se empenhar em melhorar o desempenho dos que já usa, ficando em um máximo de quatro núcleos para chips top de linha. A intenção é incluir melhores componentes extras, como GPUs, modems 4G, entre outros. Dessa forma, o produto seria mais versátil e economizaria tempo de desenvolvimento de smartphones para as fabricantes.
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