Passar horas usando os smartphones e tablets mais novos do mercado pode parecer um divertimento e tanto para boa parte dos amantes de tecnologia. Bom, no laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Qualcomm, “virar os gadgets do avesso” é coisa séria.
Situado na zona sul de São Paulo, o centro é o único da empresa na América do Sul. Além de realizar levantamentos relacionados aos novos chipsets, a instalação também atende a demanda por treinamento de profissionais das OEMs (fabricantes de equipamentos originais instaladas na região) e presta suporte às companhias de telefonia.
A equipe de engenheiros da Qualcomm é capaz simular e avaliar também os cenários externos aos gadgets que carregamos todos os dias nos bolsos. Quem nunca quis entender a razão pela qual o sinal da rede móvel é ruim em determinada localização? A companhia tem essa e outras respostas bastante interessantes.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
A instalação de pesquisa também faz comparativos constantes entre os diversos aparelhos que estão presentes (com ou sem seus chips) no mercado. O Tecmundo visitou as instalações da Qualcomm e mostra os pontos altos desse mergulho para o outro lado da tela do seu smartphone/tablet.
Pilotos de teste
Os engenheiros da companhia contam com equipamentos especiais para realizar a análise da capacidade e consumo das baterias de smartphones. O time da Qualcomm é capaz de determinar, por exemplo, qual a influência de um aplicativo na vida útil da bateria. Segundo o diretor de marketing de produtos da Qualcomm, Hélio Oyama, esse tipo de avaliação é importante para adequar o hardware da empresa e oferecer o máximo de compatibilidade com os aplicativos criados em cada país.
O centro de pesquisa e desenvolvimento da Qualcomm conta com 12 profissionais e está em processo de expansão. A empresa de comunicação atual globalmente em parceria com Samsung, LG, Nokia e várias outras gigantes tecnológicas. O centro também trabalha próximo de fabricantes locais para incentivar o mercado nacional.
Uma das situações que causam mais desconforto no cotidiano é quando os celulares se tornam verdadeiros “ferros de passar” em nossas orelhas. O superaquecimento dos aparelhos pode prejudicar os usuários e também encurtar o ciclo de vida dos circuitos. Para evitar esse tipo de complicação, os engenheiros da Qualcomm também realizam diversos testes de temperatura.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Para o executivo, a arquitetura mais flexível do Snapdragon é o que faz o processador ter um consumo menor e maior capacidade de processamento. Em seu centro de pesquisa brasileiro, a Qualcomm é capaz de avaliar e comparar a temperatura de seu chip com os concorrentes em diversos tipos de situações.
“A partir dos 45 °C, os aparelhos começam a causar desconforto para os usuários”,explica Oyama durante uma apresentação sobre o Snapdragon. Esse tipo de estudo também dá origem a alguns filmes no mínimo intrigantes:
Oyama explica a razão para tantos testes: “De certa forma, um computador é uma máquina standalone, ou seja, não depende de outras para funcionar. Já os smartphones e tablets precisam operar dentro de uma rede, seguir os padrões para todas suas funcionalidades [WiFi, Bluetooth, 3G etc]. Por isso, é preciso garantir que exista uma boa integração”.
Afinal, por que não funciona o meu 3G?
Com a aparelhagem do laboratório, os engenheiros de comunicação são capazes de simular os cenários de redes de telefonia móvel (2G, 3G e 4G) para detectar problemas e indicar soluções e melhorias para as operadoras.
De acordo com o gerente de engenharia sênior, Marco Soares, a Qualcomm trabalha em conjunto com diversas operadoras. Após receber um cenário de região, o time faz uma série de estudos para determinar qual é o problema.
O engenheiro comenta que há ainda um trabalho de transferência de conhecimento, visando atender corretamente os consumidores brasileiros. O laboratório ainda aponta a qualidade de conexões Bluetooth e WiFi com ajuda de outros aparelhos.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Referência para acelerar o mercado
De acordo com Oyama, uma das missões do laboratório e da Qualcomm no país é acelerar o crescimento do mercado de dispositivos móveis na região. O diretor de marketing de produtos explica que parte dessa iniciativa passa pela criação de aparelhos de design de referência, ou seja, modelos que podem ser usados pelas fabricantes como base.
“O Brasil foi o primeiro país a receber o tablet do programa Qualcomm Reference Design”, comenta Oyama. O executivo acrescenta que os modelos anunciados em parceria com a brasileira CCE já contam com as referências trazidas pela Qualcomm.
Por outro lado, esse aquecimento do mercado não deve ser refletido (de maneira alguma) em dispositivos equipados com o Snapdragon, processador que é um dos carros-chefes da companhia. “Por enquanto, ainda não desenvolvemos a função ferro de passar roupa”, brinca Oyama.
De acordo com estimativa da empresa, mais de 200 produtos baseados no QRD já foram lançados publicamente, em colaboração com mais de 40 OEMs (fabricantes de equipamentos originais) em 14 países. Atualmente, existem mais de 100 projetos em andamento no programa.
O gerente de engenharia sênior da Qualcomm explica que os modelos de referência também garantem a qualidade do chipset, aproveitando todas as suas funcionalidades. Os tablets baseados no mais recente Qualcomm Reference Design usarão processadores Snapdragon 400 MSM 8230 e MSM 8030, respectivamente com CPUs dual-core de 1,2 e 1,4GHz, sistema operacional móvel Android Jelly Bean, desempenho 3G de banda larga HSPA+ (até 21 Mbps), WiFi 802.11, reprodução de vídeo de alta definição de 1080p, captura de vídeo em alta definição de 1080p e GPU Adreno 305.
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