Que fim levou o Walkman, o tocador de música 'descolado' da Sony?

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Se atualmente você tem a oportunidade de ouvir suas músicas em um dispositivo leve e portátil como o iPod, deve em muito ao seu parente mais antigo: Walkman.

Ainda que muitas pessoas mais novas só o tenham conhecido graças ao filme Guardiões da Galáxia (obrigado, Senhor das Estrelas!), o fato é que ele marcou uma geração inteira até ser substituído por outra tecnologia.

E é exatamente sobre isso que falaremos em mais uma matéria da série "Que fim levou" publicada aqui no TecMundo. Confira!

A criação do Walkman

Walkman foi o primeiro aparelho que permitiu ouvir música em movimento. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Walkman foi o primeiro aparelho que permitiu ouvir música em movimento. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Na década de 1970, a música já era parte essencial da vida cotidiana, mas as formas de ouvi-la eram limitadas. As opções se limitavam a rádios, toca-discos e aparelhos de som pesados que não podiam ser carregados facilmente. Porém, esse cenário mudou em 1979.

Neste ano, o cofundador da Sony, Masaru Ibuka, pediu aos engenheiros da empresa um dispositivo compacto que ele pudesse usar para ouvir músicas em suas longas viagens de avião. Dessa forma, o setor de áudio da Sony modificou um pequeno gravador usado por jornalistas conhecido como "Pressman" para o que depois ficou conhecido como Walkman.

O resultado dessa empreitada foi o TPS-L2, o primeiro modelo do Walkman que foi lançado oficialmente em 1º de julho de 1979 no Japão. Ele tinha um design leve e compacto, entrada para fones de ouvido estéreo e botões simples de controle. Além disso, ele foi o responsável por trazer uma verdadeira revolução: ouvir música em movimento pela primeira vez.

Porém, a Sony não tinha tanta certeza de que o dispositivo faria sucesso. O motivo? Inicialmente, a empresa acreditava que o Walkman teria pouca demanda no mercado e venderia algo em torno de 5 mil unidades no primeiro mês. Porém, o sucesso foi imediato: apenas no primeiro ano, 300 mil unidades foram vendidas.

Com esse retorno, não demorou muito para que o Walkman se tornasse um fenômeno global, chegando posteriormente aos Estados Unidos e Europa.

Sucesso dos anos 80 e 90

Não demorou muito para que, ainda durante os anos 80, o Walkman se tornasse rapidamente um ícone cultural. Na época, era muito comum ver propagandas que mostravam jovens ativos, curtindo suas músicas favoritas enquanto caminhavam, andavam de bicicleta ou faziam exercícios. Com isso, o Walkman acabou se tornando um acessório indispensável para diversas pessoas e um objeto "cool", ou descolado.

O impacto do Walkman na sociedade foi tão grande que ele alterou até o comportamento das pessoas nas cidades. Afinal, ele foi o responsável por permitir que a sociedade enxergasse pessoas usando fones de ouvido em público, criando pela primeira vez uma bolha sonora particular.

A popularidade do Walkman também foi impulsionada pelo lançamento das fitas cassete, que permitiam gravar playlists personalizadas e compartilhar músicas entre amigos.

De adorado a objeto de museu

Tecnologias mais modernas foram colocando o Walkman cada vez mais de lado. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Tecnologias mais modernas foram colocando o Walkman cada vez mais de lado. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O Walkman ainda mantinha sua força no início dos anos 90, mas o avanço tecnológico começou a desafiar a supremacia do acessório. A própria Sony fez com que ele fosse colocado de lado com o lançamento do Discman, uma versão do player que reproduzia CDs e oferecia qualidade de áudio superior às fitas cassete.

A grande virada veio no início dos anos 2000, com o surgimento dos MP3 players. Ainda nesse período, o mundo viu o surgimento do iPod em 2001, permitindo armazenar milhares de músicas em um único aparelho. Isso facilitou bastante ouvir suas músicas favoritas, sem limitações ou mesmo a necessidade de ficar carregando fitas cassetes por aí.

A era da música digital havia chegado. Porém, o golpe final para os players portáteis dedicados veio com a ascensão dos smartphones. A partir de 2007, com o lançamento do iPhone, os celulares passaram a concentrar várias funções, incluindo a reprodução de músicas através de aplicativos de streaming como Spotify, Apple Music e Deezer. Com isso, o Walkman se tornou um velho de guerra presente apenas nas memórias de muitas pessoas.

Ainda existe Walkman atualmente?

Apesar de ter sumido dos holofotes, o Walkman não foi completamente extinto. A Sony ainda continua produzindo o item em modelos como o NW-WM1AM2 e outros da linha Walkman contemporânea, que oferecem áudio Hi-Res, design premium e suporte a arquivos digitais de alta fidelidade. Essas versões, porém, são consideradas itens de luxo e têm preços altos, especialmente se comparadas aos dispositivos modernos.

Porém, o legado do Walkman permanece vivo na cultura pop. Filmes, séries e videogames frequentemente trazem referências ao acessório, reativando a nostalgia entre aqueles que viveram sua era dourada e puderam experimentar a possibilidade de ouvir música sempre que quisessem.

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