Que fim levaram os celulares da Sony Ericsson? Famosa nos anos 2000, a marca desapareceu

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O mercado de celulares do começo dos anos 2000 era dominado por nomes que ainda estão presentes na indústria em diferentes níveis, como Motorola, Samsung e Nokia. Mas uma companhia de destaque no período desapareceu: a Sony Ericsson.

Apesar de ter lançado modelos de sucesso, essa fabricante que juntou duas forças do mercado da tecnologia teve uma duração relativamente curta — foram cerca de 11 anos de existência, o suficiente para ficar na memória do público.

A logo da Sony Ericsson.A logo da Sony Ericsson.Fonte:  Sony 

Com aparelhos mais ousados e foco em setores pouco visados pelas rivais, como a música, a Sony Ericsson incomodou gigantes. Porém, turbulências internas e externas fizeram com que ela tivesse um fim menos glorioso que o esperado.

O início da Sony Ericsson

A Sony Ericsson é uma joint-venture, uma companhia criada pela parceria de duas outras empresas, mas com autonomia para agir de forma relativamente independente. Como o nome sugere, ela é uma aliança entre a japonesa Sony e a sueca Ericsson, referências em diferentes setores da indústria.

A Sony já era uma empresa lendária, sendo uma das marcas que ajudou na reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial. Já a Ericsson era considerada uma das empresas mais importantes do mercado da telefonia.

As empresas estavam em má fase em telefonia na época.As empresas estavam em má fase em telefonia na época.Fonte:  Sony/Ericsson 

A Sony Ericsson foi criada em agosto de 2001 para ajudar ambas as marcas. A Sony estava desiludida no mercado de celulares, enquanto a Ericsson registrava perdas financeiras consecutivas por lançar modelos caros demais e enfrentava uma escassez na produção após um incêndio em uma fábrica de chips.

Com a união de participação igualitária para a dupla, as responsabilidades foram divididas. A Sony atuou mais em financiamento e marketing, enquanto a Ericsson cuidava especialmente da parte técnica.

O primeiro celular foi o Sony Ericsson T68i, de 2002. Ele era uma versão do Ericsson T68, mas foi um dos primeiros telefones comerciais do mundo com tela colorida e suporte tri-banda de sinal, apto para ser usado em qualquer lugar do mundo. Ele ainda contava com um módulo de câmera destacável e o ainda raro Bluetooth.

O começo foi turbulento, e a joint-venture operou por dois anos e meio no vermelho, com muitos gastos e pouco retorno. A Ericsson estava especialmente insatisfeita com a demora nos lucros, ameaçando o fim da parceria.

Ainda em 2003, os aparelhos começaram a ganhar popularidade. Nesse início, ela conquista 6% do mercado global na metade deste ano, quando registrou o seu primeiro lucro. Aqui, parecia que a joint-venture viraria um caso de sucesso e longa duração.

O fim (ou a transformação) da Sony Ericsson

Ao mesmo tempo em que lançava modelos icônicos, a Sony Ericsson voltou a ter problemas nas vendas. Além disso, as marcas não tinham resolvido as diferenças e discordavam com frequência sobre a estratégia.

Os modelos para ouvir música foram bem sucedidos, mas acabaram substituídos por MP3 players liderados pelo iPod. Já a chegada do iPhone (2007) e da plataforma Android (2008) levou ao surgimento ou estouro de outras marcas, deixando a companhia para trás.

Espaço de lançamento da Sony Ericsson em Las Vegas.Espaço de lançamento da Sony Ericsson em Las Vegas.Fonte:  Reddit/FrutigerAero 

Por anos, a Sony Ericsson lançou modelos com outros sistemas, como Symbian, Windows Mobile e UIQ, mas ficou para trás na corrida inicial de smartphones.

No segundo trimestre de 2008, ela registrou queda nos lucros de 97%, além do corte de 2 mil funcionários. Outros relatórios fiscais não traziam resultados mais animadores, mas a joint-venture não foi extinta como se imaginava.

Isso porque a Sony anunciou em outubro de 2011 a intenção de compra da fatia da Ericsson por US$ 1,47 bilhão). A negociação foi bem sucedida e concretizada no ano seguinte.

A marca virou então a Sony Mobile Communications, ou a divisão de telefonia móvel da Sony. Em 2013, os escritórios foram migrados em definitivo da Suécia para o Japão, marcando a absorção completa por um dos lados.

A linha Xperia tem lançamento anuais até os dias de hoje.A linha Xperia tem lançamento anuais até os dias de hoje.Fonte:  GettyImages 

A Sony continuou com os modelos Xperia, que nasceram ainda na Sony Ericsson e viraram a principal família de smartphones da marca. A situação dela hoje no mobile também não é das melhores, mas esse já é assunto para outra recapitulação.

Os modelos icônicos da Sony Ericsson

  • O T610 foi o primeiro sucesso totalmente original, com design icônico e recursos como infravermelho.

T610.T610.Fonte:  Sony 

  • O K700i foi um hit da empresa em quantidade de modelos vendidos. Ele era mais barato que a concorrência e tinha 40 MB de memória, rádio FM, tela TFT e MP3 player.

O K700i.O K700i.Fonte:  Sony 

  • O S700 trazia um design diferenciado, com teclado giratório na traseira. A câmera de 1,3 MP era melhor que rivais na época.

O S700.O S700.Fonte:  Sony 

  • O P900 tinha uma tela sensível ao toque com caneta Stylus e o Symbian de sistema operacional.

P900.P900.Fonte:  Sony 

  • O Walkman W800i, de 2005, foi o primeiro modelo da linha Walkman. Ele trazia com bateria para 30 horas de reprodução de música e fones de ouvido de alta qualidade inclusos.

O Walkman W800i da Sony Ericsson.O Walkman W800i da Sony Ericsson.Fonte:  Sony 

  • O W580i, de 2007, era no formato slider com várias opções de cor. Ele apareceu em filmes e clipes musicais e era um modelo muito desejado na época.

O W580i.O W580i.Fonte:  Sony 

  • O Xperia X1 foi fabricado por outra marca, a HTC, e rodava o Windows Mobile. Foi a estreia da família Xperia de smartphones.

Xperia X1.Xperia X1.Fonte:  Sony 

  • O curioso Xperia Play era um celular gamer, com controle deslizável no formato do PlayStation e capacidade de rodar jogos mais pesados.

Xperia Play.Xperia Play.Fonte:  Sony 

Além de relembrar marcas da indústria de celulares, o TecMundo também já revelou por onde anda o Fotolog, um dos mais clássicos espaços de postagem de imagens na internet antes de redes sociais.

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