Como comprar uma boa fonte para PCs? Veja dicas de um especialista

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Imagem: Cooler Master
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As fontes de energia são um dos mais importantes componentes para qualquer PC, mas geralmente são uma peça esquecida por quem monta essas máquinas. Mais do que um mero aparelho que converte energia, a fonte é responsável por fornecer um controle de energia estável para o computador e impedir que uma série de falhas aconteçam.

Para entender melhor sobre esse componente, o TecMundo conversou com Anderson Viana, responsável pelo marketing global da Cooler Master. Anderson salienta que esse hardware possui uma série de particularidades para gerar transferir energia de qualidade ao PC, como conversores e capacitores para prevenir erros graves que poderiam queimar um computador.

A fonte de energia, também conhecida como Power Supply Unit (PSU) é um componente responsável por receber a energia elétrica da tomada e realizar sua conversão.

Antes grandes peças quadradas e cinzas, as fontes mais recentes também apostam em um visual ótimo para cada montagem. (Imagem: Asus ROG/Divulgação)qAntes grandes peças quadradas e cinzas, as fontes mais recentes também apostam em um visual ótimo para cada montagem. (Imagem: Asus ROG/Divulgação)qFonte:  Asus ROG 

Essa corrente alternada que sai da tomada é convertida em uma corrente contínua, que depois passa por um tipo de filtro para retirar irregularidades, é regulada, e só então é distribuída para os demais componentes do PC.

Neste guia, explicamos como comprar a melhor fonte de energia possível, além de dar algumas dicas para economizar seu dinheiro e não cair em ciladas.

Escolha a potência certa

Por serem equipamentos eletrônicos, todos os componentes de um computador possuem um certo gasto energético. As peças com maior consumo são o processador e a placa de vídeo, caso seja dedicada. Esses dois hardwares são o principal norteador para entendermos a potência necessária que a fonte de energia precisa ter para alimentar todo o sistema.

A potência elétrica é uma grandeza física medida em Watts (W) que corresponde ao consumo de energia durante um intervalo de tempo. Dessa forma, é comum imaginar que quanto mais potência uma fonte tiver, melhor ela é. Porém, esse é um pensamento equivocado.

Anderson Viana aponta que o primeiro grande erro dos consumidores é não saber quanta energia os componentes consomem. Dessa forma, há a tendência das pessoas acharem que fontes com muita potência, como 700 ou 800 W, são necessárias para um PC gamer funcionar bem, por exemplo.

É melhor comprar uma fonte com menos watts e mais qualidade do que apenas pensar na potência. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)É melhor comprar uma fonte com menos watts e mais qualidade do que apenas pensar na potência. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)Fonte:  Cooler Master 

Na realidade, uma configuração intermediária com componentes como um Ryzen 5 7600X, uma GeForce RTX 4060 Ti, 16 GB de RAM DDR5 e um SSD NVMe consome cerca de 350 W.

Um cálculo mais simples ainda é pegar o consumo da 4060 Ti (160 W) e somar com o consumo máximo do processador (Entre 105 e 142 W), que gera algo em torno dos 300 W. O consumo das demais peças, como memórias, SSD, ventoinhas é muito baixo, como aponta o especialista da Cooler Master.

Fabricantes apostam em 'margem de erro'

Como uma margem de erro, é sempre bom adicionar entre 50 e 100 W, fazendo com que a fonte ideal para esse PC seja de 400 W. Por outro lado, fabricantes como Nvidia e AMD inserem nas especificações técnicas de cada placa de vídeo uma fonte recomendada — que neste caso é de 450 W. O motivo para isso é que as empresas não sabem quais são os componentes do PC do usuário e acabam 'exagerando' na pedida para tudo funcionar bem.

“O fabricante está certo. Ele não sabe qual o processador que o usuário utiliza, ele não sabe nada. Então eles exageram nessa especificação, porque se o consumidor comprar um produto ruim, pelo menos há uma chance de que nada aconteça com a placa e nem com o computador dele”, comenta o global manager da Cooler Master.

Na dúvida, opte por comprar fontes com mais potência do que seu PC precisa, mas não é necessário torrar seu dinheiro se seu uso for simples. (Imagem: Corsair/Divulgação)Na dúvida, opte por comprar fontes com mais potência do que seu PC precisa, mas não é necessário torrar seu dinheiro se seu uso for simples. (Imagem: Corsair/Divulgação)Fonte:  Corsair 

Para Anderson, o ideal a se fazer é sempre pesquisar individualmente o consumo de cada componente em sites confiáveis e realizar um cálculo rápido, como o feito acima. Verificar sites oficiais das fabricantes também é bem recomendado, embora as marcas sempre usem uma margem de segurança elevada.

O especialista reforça que os usuários não precisam de fontes com potência absurda. “Não há como uma fonte de muitos watts ser barata e de qualidade ao mesmo tempo”, ressalta Viana. A ideia aqui é que o usuário calcule o gasto de energia de GPU + CPU, ou faça isso diretamente por sites como o Extreme Outer Vision PSU Calculator.

Selos e certificações

Um dos pontos para se prestar atenção na hora de escolher uma boa fonte de energia é referente as certificações desses modelos. Essas certificações, geralmente chamadas de selo 80 Plus e Cybernetics, são um indicador sobre a qualidade de energia puxada pela fonte e quão eficiente ela é em fazer isso.

O selo 80 Plus feito pela CLEAResult é o mais comum da indústria e aparece basicamente em todas as fontes do mercado. A Cybernetics é outra empresa independente que realiza a testagem de fontes, mas ainda não é tão popular e possui metodologias diferentes. Neste guia, para facilitar o entendimento, usaremos como parâmetro o selo 80 Plus, que se divide nas seguintes categorias:

O ideal é que as fontes tenham pelo menos 80% de eficiência quando em capacidade máxima. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)O ideal é que as fontes tenham pelo menos 80% de eficiência quando em capacidade máxima. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)Fonte:  Cooler Master 

Para simplificar o entendimento, quanto mais próximo do selo Titanium, mais eficiente a fonte é. Anderson Viana exemplifica que uma fonte de 500 W 80 Plus Titanium tem 90% de eficiência, e isso significa que se o usuário consumir todos os 500 W do produto, a fonte irá entregar essa quantidade de energia com 90% de eficiência.

Essa lógica continua com fontes de todas as potências e todos os selos da tabela. “O que são esses 90% de eficiência? Para ela te entregar 500 W, ela está gastando mais do que isso, porque está está perdendo 10% de eficiência. Essa conversão do calor e de energia, faz com que a fonte tenha um nível XYZ de eficiência”, explica o especialista.

Uma fonte com selo 80 Plus, mesmo que na categoria Bronze, é um indicador de maior confiabilidade. Quanto mais eficiente a fonte é, menos energia será gasta, menos eletricidade será desperdiçada desnecessariamente. No fim das contas, quanto mais eficiente a fonte é, menor é o valor da conta de luz paga no fim do mês, já que o produto puxará a quantidade correta de energia da tomada.

Fontes com certificação tendem a ter mais credibilidade. (Imagem: MSI/Divulgação)Fontes com certificação tendem a ter mais credibilidade. (Imagem: MSI/Divulgação)Fonte:  MSI 

Mesmo assim, o gerente global da Cooler Master aponta que ter o selo 80 Plus não necessariamente significa que a fonte é boa. Muitas fontes até possuem esse selo, mas sua construção, ruído, componentes internos, garantia e outros fatores fazem com que o produto seja aquém do esperado. As certificações são um dos pontos a considerar, mas sozinhas não garantem um produto de qualidade.

Conectores e cabos

Por mais que seja muito raro encontrar fontes fora dos padrões, é importante saber os conectores que esse componente possui. Uma fonte possui cabos com conectores de diferentes pinagens para cada componente do computador. Confira:

  • Cabo ATX (placa-mãe): 20 + 4 pinos;
  • Cabo de processador: 4 + 4 pinos;
  • Cabo SATA: para conectar em SSDs e HDs com protocolo SATA;
  • Cabo Molex: cabo com quatro pinos usado para equipamentos diversos em um PC, como algumas ventoinhas;
  • Cabo PCI Express: 6 ou 6 + 8 pinos. Usado para conectar placas de vídeo.

Em geral, toda fonte precisa ter pelo menos esses cinco cabos. Contudo, alguns modelos intermediários e avançados trazem diversas conexões de PCI Express e processador para montagens entusiastas ou produtos que exigem muita energia.

Cada fonte e fabricante opta por colocar determinada quantidade de cabos no produto. (Imagem: Corsair/Divulgação)Cada fonte e fabricante opta por colocar determinada quantidade de cabos no produto. (Imagem: Corsair/Divulgação)Fonte:  Corsair 

Placas de vídeo mais recentes, como as RTX 40 da Nvidia, usam um novo conector chamado 12VHPWR. Esse conector está presente em GPUs topo de linha e aparece apenas em fontes intermediárias ou premium, sendo necessário para transmitir até 600 W. Mesmo que não seja obrigatório, pode ser interessante verificar se a fonte possui esse cabo apenas por questões de longevidade e ficar bem-servido para o futuro.

Modularidade dos cabos

Além dos conectores, as fontes têm diferenças a respeito dos cabos. Esses componentes se dividem entre as não-modulares e as modulares, com a diferença que a primeira possui os cabos presos na fonte e na segunda o usuário pode encaixar os cabos que ele pretende usar.

As fontes não-modulares são mais baratas, porém acabam gerando um amontoado de cabos feio no gabinete e geralmente não possuem o melhor acabamento. Já as modulares são produtos mais refinados, com cabos mais bonitos encaixados pelo próprio usuário. Se você não planeja usar uma GPU, ou conectores SATA, basta não plugar esses cabos e sua montagem será livre de fios soltos.

Fontes modulares proporcionam mais organização. (Imagem: Corsair/Divulgação)Fontes modulares proporcionam mais organização. (Imagem: Corsair/Divulgação)Fonte:  Corsair 

Porém, como salienta o especialista da Cooler Master, uma fonte modular não é sinônimo de qualidade. “Estamos falando apenas que o cabo é modular ou não. Só que às vezes, dependendo do que você fará, você vai plugar todos os cabos e não adianta ela ser modular ou não. [...] Mas digo para as não assumirem que uma fonte modular vai ser melhor que uma não-modular. Isso nem sempre é verdade. Tem muita marca que vende fonte modular, mas o produto é ruim”, conclui Anderson.

Proteções

Muito mais do que uma simples conversora de energia, a fonte de energia protege o seu computador. Fontes de boa qualidade possuem componentes internos que previnem que o computador desligue em casos de variação na corrente elétrica ou surtos de energia.

Viana comenta que por serem produtos muito voláteis, os componentes de um PC precisam ser energizados com segurança. Um dos mecanismos de proteção das PSUs monitora o quanto de energia é puxada pela tomada e desliga a fonte assim que detecta algum tipo de problema.

Marcas com bom histórico usam capacitores e outros componentes de qualidade industrial. (Imagem: NZXT/Divulgação)Marcas com bom histórico usam capacitores e outros componentes de qualidade industrial. (Imagem: NZXT/Divulgação)Fonte:  NZXT 

Fontes sem peças adequadas podem consumir mais energia do que o necessário e gerar contas de luz mais altas. Além disso, a falta de monitoramento pode fazer com que o produto envie a energia errada e comece a destruir os demais componentes do PC ao longo do tempo - além de correr o risco de queimar a própria PSU.

Compre de marcas confiáveis

Assim como você não deve comprar um smartphone ou TV de uma marca de procedência duvidosa, é extremamente recomendado adquirir somente fontes de empresas conhecidas. O motivo para isso é que o desenvolvimento e qualidade das fontes é muito complexo, portanto não é qualquer empresa que simplesmente pode criar bons produtos desse nicho.

Comprar uma fonte confiável é não precisar se preocupar com o cheiro de queimado do PC. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)Comprar uma fonte confiável é não precisar se preocupar com o cheiro de queimado do PC. (Imagem: Cooler Master/Divulgação)Fonte:  Cooler Master 

O gerente global da Cooler Master revela que a mínima referência que os usuários precisam ter é de uma boa marca. “Procure uma marca com um histórico de bons produtos. É diferente de uma marca que apareceu do nada, que fazia mouse e teclado, e do nada começou a fazer fontes. Às vezes não tem nem testes para você procurar”, finaliza Anderson Viana.

Uma marca confiável também proporciona uma garantia de qualidade. É comum que fontes de entrada, com selo 80 Plus Bronze, tenham cerca de 3 anos de garantia. Modelos intermediários e topo de linha figuram entre 5 a 10 anos de garantia de fábrica, além de contar com cabos melhores, componentes internos de alta qualidade e boa eficiência.

Marcas de fontes confiáveis:

  • Cooler Master;
  • Corsair;
  • NZXT;
  • Gigabyte;
  • ASUS;
  • Lian Li;
  • Thermaltake;
  • XPG;
  • Cougar;
  • MSI.

Dimensões e formato

Por fim, a parte de formato talvez seja a mais simples por se assemelhar bastante ao das placas-mãe. É importante ficar atento nesse quesito pois diferentes formatos de fontes podem não encaixar no seu gabinete. Antes de tudo, confira as especificações do gabinete e veja se a PSU encaixa nele. Confira os principais tipos:

  • ATX PS/2: formato mais popular de fontes. Tem 150 mm (L) x 86 mm (A) x 140 (C);
  • ATX PS/3: Tem 150 mm (L) x 86 mm (A) x 100 mm (C);
  • SFX: Fontes compactas. Tem 100 mm (L) x 63 mm (A) x 125 mm (C)

Uma boa fonte não se reduz a apenas muitas watts nas especificações. É bom pesquisar sobre esse assunto e seguir os pontos deste guia, já que são ótimos passos para você comprar uma fonte de energia parruda e confiável para a sua máquina.

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