Após anos de especulações, a Apple lançou seus óculos de realidade mista na WWDC 2023 em Cupertino, nos Estados Unidos, na segunda-feira (5). O dispositivo futurista, que remete a aparelhos vistos em séries como Black Mirror, chega com a promessa de experiências empolgantes.
Revelado pelo CEO da Maçã, Tim Cook, como o marco inicial de uma “nova era para a computação”, o Apple Vision Pro pode ser controlado usando a voz, os olhos e os dedos, além de contar com hardware avançado. O gadget permitirá ver filmes 3D, jogar, visualizar fotos e muito mais, de maneiras bem diferentes.
Também será possível utilizá-lo para trabalhar, realizando videoconferências ou editando textos e planilhas em apps do Microsoft 365, ou seja, o produto não ficará restrito ao entretenimento. Mas os interessados em ter todos os recursos do Vision Pro precisarão investir alto, pois ele vai custar a partir de US$ 3.499, o equivalente a cerca de R$ 17,2 mil pela cotação do dia.
Apple Vision Pro e sua bateria.Fonte: Apple/Divulgação
Embora o headset ainda não esteja à venda, o que só deve acontecer no início do próximo ano, nos EUA, alguns analistas e veículos de imprensa já tiveram acesso ao dispositivo na WWDC 2023. Reunimos aqui as primeiras impressões de quem testou os óculos da Apple.
“Funciona e é bom”
O editor-chefe do TechCrunch, Matthew Panzarino, é uma das pessoas que testaram o Apple Vision Pro. De acordo com ele, o lançamento supera outros dispositivos do tipo, mas ainda não é possível cravar que a novidade alcançará o status almejado pela gigante de Cupertino.
O rastreamento ocular e o controle por gestos foram alguns dos pontos destacados pelo analista, bem como a resolução do display, facilitando a visualização de textos. Ele também ressaltou a configuração e a exibição de filmes 3D.
“Não é para todos”
Já para a colunista do The Wall Street Journal, Joanna Stern, os óculos da Apple não serão um dispositivo “para todos”, apesar da facilidade de uso e do conforto, segundo ela superior ao oferecido pelo Meta Quest Pro e o Quest 2. Para a jornalista, a novidade se destaca em usos no trabalho e na visualização de vídeos.
Stern comentou ainda ter sentido náuseas após testar os óculos de realidade mista da Apple. O peso do aparelho foi outro ponto mencionado por ela, deixando marcas em seu nariz e na testa.
O headset pode ser usado no lazer e no trabalho.Fonte: Apple/Divulgação
“A melhor demonstração de headset”
De acordo com Nilay Patel, do The Verge, que já testou outros concorrentes do headset da Apple, o Vision Pro tem tudo para ser o melhor do segmento. Ele deu destaque para as experiências de áudio e vídeo, enfatizando a grande resolução do display.
No entanto, Patel acredita que a Maçã ainda esteja “em busca de um propósito” para o seu novo produto, pois a fabricante não teria uma resposta clara sobre a principal utilidade, no momento.
“Experiência incrível”
Assim como a colega do WSJ, o editor-chefe do 9to5Mac, Chance Miller, sentiu o peso do conjunto, o que para ele pode ser um problema em usos prolongados do Apple Vision Pro. Uma certa dificuldade para aprender os controles com os olhos e as mãos também foram relatados.
Mas de forma geral, Miller disse que o dispositivo oferece uma “experiência absolutamente incrível”, principalmente ao assistir programas de TV, filmes e eventos esportivos.
O Vision Pro oferecerá inúmeras experiências para os usuários, segundo a Apple.Fonte: Apple/Divulgação
“Precisa de ajustes”
Quem também destacou as vantagens do aparelho para assistir filmes foi o correspondente da Reuters, Stephen Nellis. Para ele, Hollywood provavelmente vai se interessar pela tecnologia, com vídeos cada vez mais imersivos, assim como o universo corporativo.
A mistura entre o mundo real e o virtual proporcionada pelo headset também ganhou elogios do jornalista. Porém, Nellis disse que o dispositivo precisa de alguns ajustes antes de ser lançado e que o preço alto será um problema.
“Interface fluida”
Quem tem problemas de visão e usa óculos de grau pode ter uma dificuldade a mais para se adaptar ao Apple Vision Pro, como afirma Scott Stein, da CNET. Ele precisou recorrer às lentes personalizadas da Zeiss, fornecidas pela Maçã, para a correção.
A qualidade das imagens e a interface fluida do sistema foram alguns dos pontos positivos para Stein, que destacou também a integração com os demais aparelhos da Apple. Por outro lado, ele disse ser necessário testá-lo por mais tempo para verificar os efeitos nas sessões longas.
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