Atentas às perdas causadas pelas vendas de TV box piratas fabricadas na Ásia, autoridades dos Estados Unidos estão pressionando a China para que dificulte a comercialização do dispositivo, conforme relata o TorrentFreak nesta quinta-feira (15). Mas o governo chinês não parece interessado em proibir o negócio.
Segundo a publicação, o Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), órgão responsável pelo comércio externo do país, classificou a pirataria como “desenfreada” naquela região. Em Taiwan, por exemplo, mais de 30% da população possuía um dispositivo que fornece acesso liberado a serviços de streaming e canais de TV em 2020.
Por lá, o aparelho de IPTV pirata mais popular é o Ubox, fabricado pela empresa chinesa Unblocktech. Ele roda uma versão modificada do Android TV, permitindo que o usuário veja canais por assinatura ao vivo, séries, filmes, eventos esportivos e outros conteúdos sem pagar nada, como mostra o vídeo abaixo:
Fácil de comprar e configurar, o box TV pirata chinês é utilizado até mesmo por algumas figuras públicas taiwanesas, que acabam promovendo o acesso aos serviços ilegais. No ano passado, duas autoridades do país asiático foram flagradas assistindo aos Jogos Olímpicos de Tóquio por meio destes aparelhos.
Driblando a lei
Em 2019, Taiwan anunciou emendas à lei de direitos autorais, com o objetivo de dificultar o acesso aos serviços de streaming piratas, criminalizando a distribuição de apps que promovem conteúdos ilegais. O USTR apoiou as mudanças, na época, mas pouco tempo depois a fornecedora do dispositivo conseguiu driblar as restrições.
Para escapar das penalidades, a fabricante do Ubox passou a vender o dispositivo, localmente, equipado apenas com o sistema operacional, sem trazer qualquer app de streaming pirata pré-instalado. Com isso, ela estaria comercializando um produto que não viola a lei.
Mas a versão completa do dispositivo continua à venda para outros países, sem nenhuma restrição por parte das autoridades chinesas.
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