Há dois anos, a Apple anunciou a transição dos processadores em seus dispositivos para a sua solução proprietária, a família "M", baseada na arquitetura ARM. Ousada, a decisão parece ter funcionado muito bem e rendeu à empresa uma liderança de 90% nos lucros de chipsets do tipo para notebooks ainda em 2021, conforme aponta o relatório da Strategy Analytics.
A notícia, um tanto surpreendente, mostra que a Apple conseguiu superar outros dispositivos proeminentes no nicho, como os Chromebooks e os PCs Windows-em-Snapdragon, em pouco tempo. Nesse contexto, não há fórmula secreta: enquanto a concorrência alcançava um desempenho ordinário e exigia preços elevados, a Maçã entregou níveis satisfatórios de desempenho eficiente, embalados em um visual com apelo e fortemente embasado no estabelecimento de sua marca no mercado.
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Naturalmente, a qualidade oferecida pela Apple também exige preços relativamente maiores, mas que ainda oferecem um melhor e mais seguro custo-benefício aos consumidores. Esse fator, inclusive, contribuiu com a consolidação da dominância da empresa nos lucros do nicho, já que sua margem de faturamento é maior por se tratar de uma solução proprietária.
Processadores M1 e M2, baseados em ARM e fabricados pela Apple. (Fonte: Apple / Divulgação)Fonte: Apple
Longo reinado
O relatório ainda sugere que a Apple continuará por um bom tempo na liderança. Segundo os dados, a empresa pode ter alcançado uma vantagem de dois a três anos em relação à concorrência, principalmente representada no nicho pela Qualcomm — que ainda desaponta tratando-se de desempenho.
A previsão é baseada nas estatísticas de vendas da Apple para PCs com processadores ARM, entre o ano de 2021 e o primeiro trimestre de 2022 — estimadas em 34,9 milhões de unidades. O sucesso elevou a capitalização de mercado da ARM no nicho geral de computadores para 9%, um feito praticamente histórico para a fabricante britânica.
Fontes