Aumentando as suas opções disponíveis no mercado, a Motorola lançou o Moto G200 em 2021 com um hardware de respeito. O celular tenta agradar o consumidor que busca um aparelho potente, mas com alguns cortes que ainda o mantém na faixa intermediária avançada.
Além de um visual renovado e câmeras mais parrudas, ele carrega o poderoso chipset Snapdragon 888 Plus. Mas tudo isso se reflete no preço, que é de R$ 5 mil, na mesma faixa de celulares de ponta. Mas, será que ele realmente é páreo para esses outros aparelhos? Isso é o que a gente vai conferir neste review.
Visual renovado
Apesar de fazer parte de uma linha intermediária avançada, o Moto G200 traz visual de celulares de ponta. Em comparação com o Moto G100, tivemos algumas melhorias importantes, mas também downgrades. Por exemplo, o celular perde o espaço para cartão microSD e a entrada P2 (3,5 mm) para fones de ouvido, itens importantes da última geração. A traseira dele, apesar do visual que agrada, continua sendo de plástico.
Novo Moto G200 traz novo módulo de câmeras na parte traseira.
O novo modelo traz linhas um pouco mais retas em relação ao G100 e suas cores são mais foscas. O módulo de câmeras na traseira também passou por uma mudança: agora, são três sensores alinhados na vertical. No G200, esse módulo tem uma espécie de “rampa”, e por trazer sensores maiores também causa uma inclinação maior quando o celular está apoiado sem capinha protetora (que vem na caixa) à uma superfície.
A Motorola manteve o leitor de digitais sob o botão de liga/desliga e o botão extra para acionar o Google Assistente. O que também se manteve foi a saída única de som, que tem volume alto mas não impacta. É a famosa “podia ser melhor, mas funciona” (dentro de modelos intermediários).
Tela gigante
Um diferencial na tela do Moto G200 é a taxa de atualização que agora tem 144 Hz, contra os 90 Hz do G100. Ela merece destaque por ser mais fluida, o que torna o uso geral do novo modelo bastante agradável. Além disso, traz 6,8 polegadas de tamanho, resolução de 2460 x 1080 pixels e HDR10, formando um bom conjunto.
Uma mudança na tela é que a saída de som para chamadas está mais fina, com menos destaque visual. É um pequeno detalhe em relação ao G100, mas aqui vai outro não tão pequeno assim: no lugar de duas câmeras posicionadas na tela, o novo modelo traz apenas uma, que fica centralizada.
Tela do Moto G200 é maior que a do antecessor, o Moto G100.
Em termos gerais, a tela do G200 não deixa a desejar e certamente pode agradar quem prefere muito espaço. Seja para assistir a um filme ou vídeo, jogar alguns games ou até ler, a experiência é boa. O que a gente já não pode falar com tanta certeza assim do brilho.
A tela do G200 é IPS LCD, trazendo algumas desvantagens em relação aos modelos de ponta com telas OLED. Com o brilho baixo, em situações com a luz solar batendo forte é mais complicado enxergar o que está passando na tela. O mesmo problema pode até incomodar em lugares fechados com iluminação artificial, mas certamente em menor intensidade.
Desempenho e software
O Moto G100 chegou no mercado com o chipset Snapdragon 870, lançado também em 2021 como sucessor do Snapdragon 865 Plus. Neste ano, o Moto G200 traz o Snapdragon 888 Plus, que promete melhorias de desempenho, em jogos e conectividade. O aparelho ainda traz 8 GB de RAM, que são 4 GB a menos que o seu antecessor.
No uso cotidiano, é difícil notar alguma diferença gritante entre o G200 e o G100. Na realidade, os dois celulares possuem ótimo desempenho em tarefas simples, mas também nas mais avançadas. É o caso de abrir e executar diversos apps em segundo plano sem engasgos, iniciar e trocar entre jogos pesados com pouco atraso e afins.
Neste aspecto, o G200 oferece uma experiência premium e que não deixa a desejar, sendo talvez o principal atrativo do aparelho. No entanto, ele deverá receber apenas a atualização para o Android 12 e dois anos de atualizações de segurança. É um período curto, se compararmos com rivais diretas como a Samsung.
Ele vem com o Android 11 de fábrica e a My UX, interface própria da Motorola com um visual mais simplificado. Mas ela traz as funções e gestos populares da marca, como os de chacoalhar o celular para ligar ou desligar o flash, ativar a câmera e o botão interativo que funciona no leitor de digitais. Ainda há funções específicas para games, que permitem ajustar o desempenho do celular, gravar a tela e iniciar transmissões via Twitch.
Outro diferencial é o modo Ready For, que aplica uma interface de computador quando o celular é conectado a um monitor ou TV. Ele pode fazer essa conexão tanto via cabo quanto sem fio, via Wi-Fi, quando conectado a outros computadores, e aceita acessórios externos como mouse e teclado.
Bateria
Para suportar o hardware mais parrudo, a Motorola manteve os mesmos 5.000 mAh de capacidade na bateria do Moto G200. A principal melhoria em relação ao Moto G100 está no tempo de carregamento: agora, ele suporta carregadores de 33W, o que preenche uma carga completa (de 0% a 100%) em cerca de 1h15.
5 minutos: 5%
10 min: 15%
15 min: 22%
20 min: 31%
30 min: 46%
45 min: 65%
1h: 83%
Carga completa:1h15
Durante os nossos testes, utilizamos o Moto G200 apenas com o modo de 144 Hz. Dessa forma, conseguimos uma média de autonomia de um dia inteiro sem muitos problemas, com sobra até para o início do dia seguinte. Quando passamos a consumir mais conteúdo multimídia ou jogos ao longo do dia, a bateria já deu sinais de que precisaria de uma nova carga para o próximo dia.
Wild Rift (média de descarga a cada 1h): -8%
Netflix (média de descarga a cada 1h): -4%
Asphalt 9 (média de descarga a cada 1h): -6%
Câmeras
Na comparação direta com o Moto G100, o G200 perdeu alguns sensores. Na traseira, as três câmeras possuem 108 MP (principal), 13 MP (ultrawide e macro) e 2 MP (profundidade). Na frontal, a câmera única possui 16 MP de resolução. É uma configuração boa, especialmente se considerarmos o sensor primário.
A única ressalva com o sensor principal seria em relação a estabilização, que não é ótica e o foco é apenas PDAF. No modelo anterior, ainda há o foco a laser que facilita na hora de fotografar. Em cenários noturnos isso pode ser mais perceptível, que é onde o aparelho perde definição. Não é um resultado ruim, mas pode deixar a desejar em comparação com aparelhos da mesma faixa de preço.
Com a câmera de ângulo aberto, também conseguimos capturar fotos com bom alcance dinâmico e nitidez, mas o sensor acaba exibindo mais ruído do que o principal. Aqui, também vale destacar a ausência de estabilização para fotografias e filmagens. E a lente macro, é claro, acaba tendo menos destaque, mas também consegue capturar imagens com cores vívidas e nitidez equilibrada.
Já as selfies com o G200 são boas, com alto nível de detalhes (principalmente em locais bem iluminados) e cores vivas. Mas ainda há alguns problemas: em cenas com uma forte fonte de luz atraz do objeto principal, o fundo tende a “estourar”. Quando ele “acerta”, os resultados ficam bons e sem grandes ressalvas.
É nos vídeos que o G200 acaba não se destacando muito. Ele pode fazer filmagens em até 8K (30 fps), mas também filma em 4K (60 fps) e FHD (60 fps). Ele pode filmar em HDR10, mas essa configuração limita a estabilização. Com a lente mais aberta, a resolução também é limitada à FHD, e aqui os resultados podiam ter um melhor tratamento.
Também vale considerar que o G200 perdeu o recurso de “zoom de áudio”, algo não muito destacado no G100 e… um ponto talvez até específico demais.
Vale a pena?
A Motorola tem diversificado cada vez mais o seu portfólio, tanto que já lançou modelos com tela OLED da linha Moto G com desempenho inferior, mas com especificações justas, que é o caso do Moto G71 5G. As vantagens do G200 se traduzem na ficha técnica poderosa e na bateria de longa duração, que são bons atrativos.
Mas, é claro, nem tudo são flores. O Moto G200 tem preço oficial sugerido de R$ 5 mil, o que nos faz pensar que o G100 continua sendo uma boa opção na linha. Outros modelos como o Motorola Edge 20 Pro e o Galaxy S21+ também podem ser indicados para quem busca por boas especificações e funções distintas, como telas e câmeras melhores.
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