Os fones de ouvido da Sony são famosos pelo som de qualidade e recursos legais, principalmente quando olhamos para os modelos mais avançados e caros deles. Agora, ela lançou aqui no Brasil três novos dispositivos bem diferentes um do outro, cada um para um tipo de uso específico.
O WH-CH710N é um headphone supra-auricular, daqueles que ficam em volta da sua orelha. Ele é Bluetooth, mas também funciona com cabo, tem uma bateria para dias de uso e vem com cancelamento ativo de ruído. O WI-SP510, por sua vez, também é Bluetooth, mas tem um fiozinho prendendo os dois fones a uma espécie de colar e foi feito para uso durante esportes pesados – e é até lavável.
Por fim, o WF-XB700 foi feito para quem quer a praticidade de um fone true wireless com bom som e baixos fortes, e que ainda tem resistência a líquidos. Passamos duas semanas testando os três modelos, então confira agora os detalhes!
Desenhados para todos os gostos
Começando pelo design, o WH-CH710N é bem confortável de usar. Tanto as conchas quanto a almofada dentro da alça são macias e cobertas com um couro sintético que não esquenta mesmo com bastante tempo de uso. Eu consegui passar horas usando sem me incomodar, e os ajustes de comprimento da haste e de inclinação da concha ajudam nisso também. Esse tipo de “couro” tem fama de descascar, mas isso só o uso prolongado de meses mostraria.
O corpo é de um plástico rígido que não parece ser a coisa mais resistente do mundo e eu não quis forçar para testar. As conchas giram para o lado para ocupar menos espaço na hora de guardar, mas como ele não tem dobradiças e não vem com um case, eu me preocuparia de largar dentro de uma mochila com outras coisas. O ideal é usar mais em ambiente fechados, como na casa ou no trabalho, senão você terá que pendurar no pescoço quando estiver na rua, o que não é o ideal – especialmente em dias chuvosos. Ele não tem resistência a água.
Sony WH-CH710N
Passando agora para o WI-SP510. Ele tem uma haste emborrachada flexível ligando duas pontas de plástico, e delas saem os fios para os fones de fato. Um destaque aqui é que ele é bem levinho e com uma textura suave, o que faz com que seja confortável de deixar em volta do pescoço. Isso é importante de ressaltar porque eu tinha um preconceito enorme com esse tipo de fone. Achava que ia ser incômodo, mas não é.
Na ponta, ele vem com a borracha intrauricular e uma haste flexível que se fixa muito bem dentro da orelha sem incomodar – aqui é uma boa testar todos os tamanhos que vêm na caixa para encontrar o encaixe perfeito para você, o que o deixa bem firme durante os exercícios. Também não tem case, mas como ele é leve, dá para usar como um adereço e você acaba esquecendo que ele está lá.
É possível prender as duas pontas uma na outra com o imã que elas têm, se você não gostar delas balançando. Ele tem certificação IP-X5 de resistência a água, então aguenta tranquilo suor e chuva, e você até pode lavar com água pura em uma torneira, desde que não use sabão ou outros materiais químicos – e fique de olho para ter certeza de que a tampa da porta USB do fone está bem fechada antes de lavar para evitar danos.
Sony WI-SP510
Já sobre o WF-XB700, a primeira impressão quando pegamos na mão é que ele é grande demais para um fone true wireless. No entanto, a verdade é que o design foi bem pensado, e quando você coloca os dois lados na orelha e dá uma giradinha para trás, eles se encaixam extremamente bem. De todos os fones do tipo que eu testei até hoje, esse aqui é o que tem o melhor selo quando está encaixado, ainda mais depois de testar as borrachinhas das pontas que estão na caixa para encontrar o tamanho certo.
A única parte deles que fica visível é essa azul escura externa, que não é muito chamativa. O resultado é que ele não é tão discreto quanto os principais rivais, mas é mais firme que a maioria. Além disso, os dois lados são inteiros de plástico e têm certificação IP-X4. Ou seja, não dá para lavar, mas pode suar e tomar um pouco de chuva sem problemas desde que você seque os fones antes de guardar.
Aliás, ele vem com um case de plástico que também serve como base de recarga e bateria extra. A dobradiça da tampa tem uma firmeza que passa a sensação de boa qualidade, mas o plástico do case não dá tanta segurança assim. Esse case é leve e pequeno o suficiente para caber no bolso sem muito incômodo, mas seria melhor se fosse um pouco menor.
Sony WF-XB700
Sobre conectividade
Os três modelos vêm com Bluetooth 5.0 e suporte aos codecs SBC ou AAC. Para parear da primeira vez, é só ligar os fones e segurar o botão de energia por 7 segundos para que eles entrem no modo de pareamento. No fone CH710N esse botão de energia e pareamento fica sozinho na concha esquerda, e no SP510 ele é a tecla do meio no lado esquerdo, que tem alto relevo. Essas teclas também servem para desligar esses dois fones segurando por 2 segundos. No XB700, para ligar e desligar basta tirar e colocar no case, e para entrar no modo de pareamento você tem que segurar os botões dos dois fones ao mesmo tempo.
O CH710N tem a vantagem de ser o único modelo dos três com opção de conexão pelo cabo P2 removível que vem na caixa. Ele também tem NFC, o que facilita o pareamento com dispositivos compatíveis: é só encostar o aparelho no símbolo do lado esquerdo do fone e ele imediatamente se liga e conecta.
Os fones conseguem manter conexão estável de até 10 metros de distância, desde que não haja obstáculos no caminho. O problema é que muitas vezes o seu próprio braço pode ser um obstáculo, o que é um incômodo maior durante exercícios. Os fones não chegam a se desconectar nesses casos, mas podem acabar mastigando alguns segundos das suas músicas. Além disso, vale lembrar que fones bluetooth em geral costumam sofrer com ligeiros atrasos de som, especialmente durante games. Isso é válido para os três fones, mas pelo menos no CH710N você pode usar o cabo P2 na hora de jogar para não ter esse problema.
Controles 100% físicos
Os controles são todos por meio de botões físicos nos três fones, mas como eles funcionam varia. No CH710N os botões ficam do lado direito, e com a tecla do meio você pode dar um toque para atender e encerrar chamadas ou para dar play e pause em músicas e vídeos. Dois toques pulam para a próxima faixa e três voltam para a anterior. Se estiver pareado em um smartphone, segurando o botão do meio por 2 segundos você ativa os comandos de voz do Assistente. As teclas ao lado servem para aumentar e diminuir o volume e o botão mais separado serve para alternar com um toque entre o modo de cancelamento de ruído, o modo que faz o som ambiente ser captado e reproduzido pelo fone e o modo em que essas duas funções estão desligadas.
No SP510, os botões fazem basicamente as mesmas coisas com os mesmos comandos, com a diferença de que, como o botão do meio serve para desligar o fone se você o segurar, a ativação do Assistente do celular é feita dando dois toques rápidos nessa mesma tecla. Por causa disso, para passar para a próxima faixa você tem que segurar o botão que aumenta o volume por um segundo e meio, e para voltar para a anterior você faz a mesma coisa no botão que diminui o volume.
O XB700, que só tem um botão em cada fone, é o mais diferente de todos. Com um toque, o botão do lado direito atende e encerra chamadas e dá play e pause nos vídeos. Dois toques rápidos mudam de faixa e três voltam, e um toque longo ativa o Assistente de voz do seu celular. Já o botão do lado esquerdo serve apenas para controlar o volume, e aí cada vez que você o aperta ele aumenta um pouco, mas para diminuir é preciso segurar por alguns segundos e manter segurado para ir abaixando – ou seja, é mais rápido aumentar o volume do que diminuir.
Som e silêncio
Falando agora da qualidade do som, esse é um ponto em que a Sony manda muito bem já faz bastante tempo, e isso continua verdade aqui. O CH710N tem um perfil mais equilibrado, transmitindo um som claro tanto nos agudos quanto nos médios e graves. Já o SP510 e o XB700 usam a tecnologia Extra Bass da empresa para dar aquela reforçada nos graves, mas também entregam uma experiência legal nos outros tons. Seja como for, nenhum deles é do tipo que agradaria os audiófilos mais puristas.
No quesito isolamento, o melhor dos três é o CH710N por causa do cancelamento ativo de ruídos. Como ele cobre as orelhas, já tem algum isolamento acústico, mas com essa função ligada ele usa os microfones pra detectar barulho constante ao seu redor e eliminar. Isso não funciona muito pra sons irregulares, como quando alguém tá falando alto muito perto de você ou quando alguma coisa de vidro cai e quebra, mas pra barulhos mais constantes como carros e ventiladores, ele funciona bem. Ligando uma música, aí sim seu isolamento sonoro fica bem difícil de ser rompido.
Os outros dois fones não têm o cancelamento ativo de ruídos. Nesse ponto, o XB700 isola um pouco mais o som externo porque o selo dele na sua orelha também é melhor, já o SP510 tem um selo parecido com o de um fone intrauricular comum.
Baterias das boas
As baterias também trazem propostas diferentes. O CH710N oferece até 35 horas de som com o cancelamento de ruído ativado. É difícil medir isso com precisão porque mesmo sem desligar o fone e usando todos os dias durante o expediente, eu não ouvia músicas ou via vídeos o tempo todo. Ainda assim, levei mais de uma semana e meia para acabar com a bateria dele.
O SP510 promete 15 horas de bateria, e treinando três vezes por semana nessas duas semanas, com cada sessão de treino durando em média 1 hora e 45 minutos – cerca de 10,5 horas de uso no total –, ele ainda acusou 30% de energia sobrando, então a estimativa de 15 horas confere. Já o XB700 promete 9 horas de uso só com a energia dos fones e mais 9 horas com a bateria extra do case deixando os fones recarregar dentro dele durante 2,5 horas. Usando durante meu horário livre, mais ou menos 1 hora por dia – o que dá pouco mais de 14 horas em duas semanas –, ainda não tive que recarregar, então as 18 horas prometidas no total parecem plausíveis.
E para recarga? Nenhum dos três tem suporte a carregamento sem fios, então você precisa usar o cabo USB-C que vem na caixa ligado a uma porta USB comum em um computador ou a um plug de tomada que você tiver. No caso do CH710N e do XB700, a Sony promete 1 hora de uso com 10 minutos de recarga, mas para carregar 100% do grandão você vai precisar de umas 7 horas – ou seja, tem que deixar carregando o dia inteiro de trabalho ou virando a noite. Já o case do pequeno precisa de 3 horas para recarregar se for só a bateria dele que estiver zerada, e 6 horas no total se isso incluir os fones. O SP510, por sua vez, precisa de 3 horas para ir de zero a 100%.
Vale a pena?
O WH-CH710N está saindo oficialmente por R$ 799,99 no site oficial da Sony, o que o coloca em uma faixa de preço que não é barata, mas que pode atrair quem não está disposto a gastar mais de R$ 1 mil em um fone com cancelamento de ruídos e topa a investir mais do que o preço dos rivais mais baratos para ter a qualidade da tecnologia da Sony. Ele não é perfeito, especialmente nos materiais, mas é um bom fone.
O WI-SP510 chega custando R$ 499,99, o que é um preço bem salgado para fones dessa categoria. O WI-C200, da própria Sony, entrega uma experiência parecida com a mesma duração de bateria e você encontra por R$ 169 nos varejistas online. Aí, é preciso realmente tem que fazer questão do design melhorado e da fixação extra das borrachinhas dele para pensar em comprar por esse preço.
Já o WF-XB700 chega por R$ 999,99, mas no lançamento está com uma promoção por R$ 899,99 no site da Sony. É caro, sem sombra de dúvidas. Por mais ou menos o mesmo preço, você encontra os Galaxy Buds+ da Samsung, que são mais discretos, um pouco mais versáteis nas funções e têm uma bateria melhor no total, mas têm graves um pouco mais fracos. Nenhum dos dois é a melhor opção de custo-benefício nos fones true wireless, mas a disputa entre eles é boa, então fica mais para o gosto pessoal.
E aí, o que você achou dos novos fones da Sony? Tem algum modelo de outra marca que você acha bem melhor para alguma dessas categorias? Deixe seus argumentos nos comentários abaixo!
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