O headset de realidade virtual Oculus Go, desenvolvido pelo Facebook, será descontinuado a partir deste ano. Novos aplicativos serão aceitos até o fim de 2020, e o firmware será mantido até 2022, mas as vendas do dispositivo durarão somente enquanto houver estoque. A empresa decidiu focar em iniciativas como Oculus Quest e Rift, incentivando desenvolvedores a apostarem nestas plataformas.
Ao que parece, trata-se de um movimento que vai ao encontro dos feedbacks dos consumidores. Segundo a equipe por trás do projeto, o público afirma que os seis graus de liberdade – ou seja, movimento total – são o futuro da tecnologia. Aparentemente, a companhia percebeu não ser interessante investir em algo que mal surgiu e já está sendo considerado obsoleto, uma vez que o projeto permitia apenas movimentos com a cabeça.
Segundo o Facebook, consumidores esperam mais funcionalidades que as oferecidas pelo Oculus Go.Fonte: Reprodução
Também foi divulgado que, dando continuidade à “nova maneira” de criadores distribuírem aplicativos, incluindo a comercialização fora da loja oficial, novidades estarão disponíveis a partir de 2021, visando estimular interessados a embarcarem na iniciativa.
As novidades, claro, deverão atender os padrões da marca. Além disso, não serão mostradas junto às opções da empresa.
Breve presença no mercado
O Oculus Go foi projetado como uma opção mais barata de experiência em realidade virtual para o público sem interesse em jogos. Em 2018, milhares de unidades foram vendidas para o Walmart, que visava treinar seus funcionários com o equipamento. Entretanto, enquanto soluções de vídeo voltadas a esse objetivo foram caindo em desuso, games tiveram um sucesso muito maior.
Pelo menos 10 aplicativos do Quest, repleto de títulos, ganharam US$ 2 milhões (cerca de R$ 10 milhões, em conversão direta) em um ano após o lançamento. Por isso, a Oculus adquiriu vários estúdios de jogos de realidade virtual, mais recentemente o Ready At Dawn, desenvolvedor do The Order: 1886.
Apesar de mais barato, dispositivo confundiu consumidores.Fonte: Reprodução
A confusão entre as linhas de equipamentos também não ajudou o público, que, entrando em contato pela primeira vez com a tecnologia, foi privado de recursos mais avançados, oferecidos pelo Quest, e acabou se decepcionando. O Rift, por outro lado, se encontra no meio do caminho – compartilhando vários aplicativos de ambas as plataformas e conquistando uma comunidade substancial de entusiastas.
Ainda assim, há muito trabalho pela frente, uma vez que a pandemia atrasou as linhas de produção e é relativamente difícil encontrar unidades do Quest à venda. Ao The Verge, um representante do Facebook declarou: “Disponibilizaremos novos produtos em nossos canais o mais rápido possível para que todos possam adquirir tanto o Quest quanto o Rift.” Quanto ao Oculus Go, bem, o fim está próximo.
Categorias