Depois da aquisição e posterior venda da Boston Dynamics, que não rendeu frutos na prática e teria realizado poucos avanços comerciais em robótica, a Alphabet — dona da Google e de vários outros de seus braços — está disposta a tomar novos rumos no setor. Ela apresentou ao mundo na última quinta-feira (21) a nova empreitada do X Lab, batizada de Everyday Robot Project.
O "Projeto de Robôs Cotidianos" tem como objetivo finalmente trazer o mundo imaginado de máquinas interagindo entre nós e realizando tarefas simples da nossa rotina — algo longe de uma robô doméstica, como a Rosie de Os Jetsons, mas finalmente tirando ideias do papel. "Nossa meta é ver se conseguimos fazer robôs serem úteis para as pessoas no mundo físico, assim como computadores são hoje no mundo virtual. Ainda está em fase inicial, mas estou empolgado em compartilhar um pouco do nosso progresso", afirma Hans Peter Brondmo, chefe do X Lab, na postagem oficial.
O primero grande resultado exibido é um robô capaz de ajudar na reciclagem. Trabalhando nos próprios escritórios da Google, ele é capaz de identificar latas de alumínio no meio do lixo plástico, por exemplo, ou separar aquele reciclagem que acabou jogado junto dos resíduos orgânicos.
Turno dobrado
O segredo do novo robô da Alphabet é que ele nunca para de pensar em trabalho. Durante a noite, com a ajuda de produtos desenvolvidos pela equipe de inteligência artificial da Google, ele treina virtualmente a reciclagem a partir de dezenas de milhares de simulações de si mesmo, tudo feito na nuvem. Dessa forma, ele melhora o seu algoritmo e o reconhecimento de materiais e embalagens sem precisar fazer qualquer movimento físico.
Quando chega o expediente dos funcionários humanos, ele coloca todos os conhecimentos em prática — e utiliza o desempenho no horário de trabalho para melhorar ainda mais o seu desempenho nos estudos noturnos. E é um trabalho colaborativo: o aprendizado de uma das unidades é compartilhado e absorvido pelas demais.
A ideia é colocar as máquinas de uso cotidiano da Google em empresas e residências, mas não há uma previsão para que o projeto ganhe forma comercial. Por enquanto, os resultados são promissores: os níveis de contaminação de lixo e separação feita de forma errada caiu de 20% para menos de 5%.
O próximo desafio do X Lab é tentar ensinar uma nova tarefa a um desses robôs sem precisar reescrever o seu código do zero — algo ambicioso, mas que elevaria os laboratórios da Alphabet a um patamar que parece mesmo coisa de ficção científica.
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