E aí, galera. Só nos computer? Você que acompanha o The Hardware Show já conhece nomes como ASUS, Gigabyte e MSI, que são consolidados no mercado de PCs. Todavia, há outros grandes “players” que muitas vezes não chegam ao Brasil ou não são conhecidos pelo mercado diferente de atuação.
A SuperMicro é uma dessas fabricantes, que não faz tanto barulho por não atuar no front de produtos para o consumidor final, mas que vem ganhando destaque por ser uma das empresas de hardware que mais cresce no mundo.
Até agora focada em servidores, a companhia decidiu levar sua expertise em placas-mãe para um novo segmento: o de produtos gamer. A marca agora lança a SuperMicro C7B360-CB-MW, que como você pode imaginar usa o chipset Intel B360.
Eu tive o prazer de ser um dos primeiros reviewers do mundo a receber esta peça e hoje vou contar para vocês os reais benefícios desta placa que promete “qualidade de servidor” para os gamers. Vale notar de antemão, contudo, que esta é uma placa que ainda não está disponível no Brasil. Sem mais delongas, confira as especificações do produto.
Especificações
Combinação do simples com o arrojado
É muito raro eu testar uma placa de uma marca que ainda não tem comercialização no Brasil, algo que causa estranhamento num primeiro momento, pois eu já conheço bem os detalhes e peculiaridades das mais variadas marcas e modelos. Assim, o primeiro contato com a SuperMicro C7B360-CB-MW foi um tanto curioso, mas também um bocado familiar.
Sim, é óbvio que o layout da placa segue os padrões do mercado, mas as mudanças nos materiais, o desenho no PCB e até a disposição de alguns componentes já é suficiente para perceber que esta é uma peça bem diferente. A simplicidade prevalece em quase todos os aspectos, com poucos enfeites visuais e dissipadores apenas onde se faz necessário.
Os destaques visuais ficam para o slot PCI-Express x16, que conta com reforço no acabamento, para garantir suporte adequado para as placas mais pesadas. O logotipo da SuperMicro (gravado como SuperO) é visível no dissipador do chipset e também em alguns outros locais. O slogan Play Harder também chama atenção, ficando próximo aos componentes das fases de alimentação.
A pintura da placa conta com algumas linhas que garantem uma composição diferenciada, mas nada que se compare ao que vemos em linhas como TUF, STRIX ou AORUS. No geral, esta placa da SuperMicro parece ser muito discreta, algo também perceptível pelos slots de memória RAM, que trazem cores diferentes para os canais, mas nada excepcional.
Os demais componentes ficam espalhados em locais já familiares, mostrando uma arquitetura similar ao das concorrentes. Contudo, por se tratar de uma placa de entrada, a SuperMicro não apostou em muita personalização, o que pode ser um contra, dado que algumas marcas tem placas já mais "enfeitadas" (mas eu falo mais disso quando chegarmos no quesito preço).
Quando a placa está ligada, o visual muda levemente com a ativação dos LEDs RGB. Posicionados na parte traseira da placa, mais especifiamente no canto superior direito, os itens luminosos garantem alguma personalização e aproximam o conceito do produto daquilo que já vimos de outras empresas. Enfim, esta é uma placa simples de visual, mas que tem boa qualidade de construção.
Chipset Intel B360
Um dos componentes mais importantes na hora de determinar o propósito de uma placa-mãe é o chipset, uma vez que é este item que vai determinar aspectos como funcionamento dos canais de memória, número de linhas do PCI-Express, números de slots SATA, configurações de USB e até a velocidade do barramento.
É possível que tais detalhes não signifiquem muito para os jogadores, que buscam apenas uma peça de boa qualidade para instalar sua placa de vídeo e começar a jogar. No entanto, é muito importante prestar atenção neste detalhe, pois as limitações do chipset podem interferir no desempenho dos games, uma vez que ele causa impacta na velocidade da memória RAM e pode até limitar a GPU.
No caso do chipset Intel B360, há aqui um dispositivo que eu, particularmente, considero o mínimo aceitável para você que já busca um setup robusto para games e pronto para futuros upgrades. Ao contrário do Intel H310, o Intel B360 já tem suporte para dual-channel, maior velocidade no barramento (são 5GT/s por na H310 e 8 GT/s na B360) e compatibilidade com o PCI-Express 3.0.
Além disso, para quem já pensa em expansão dos componentes, o Intel B360 leva vantagem por suportar até 6 dispositivos do tipo SATA, bem como aceita até 12 portas USB. Vale notar, contudo, que os dois chipsets já contam com rede sem fio integrada — uma vantagem até no comparativo com o Intel Z370, lançado no ano passado e que ainda não tinha tal recurso.
Assim, aproveitando o chipset Intel B360, a SuperMicro adicionou, neste modelo especificamente, o componente de rede sem fio. Esta é uma vantagem interessante para os gamers que não têm a opção de usar uma rede cabeada. A conexão da antena fica na parte traseira da placa-mãe, sendo que a antena vem junto com o produto.
Testes de desempenho
A SuperMicro C7B360-CB-MW é a primeira placa que eu testei com o chipset Intel B360, portanto não tenho base de comparação igualitária para os comparativos neste review. Por outro lado, eu coloquei algumas placas mais tops e outras mais básicas nos gráficos para você averiguar a performance do produto.
Máquina de testes
- Sistema: Windows 10
- CPU: Intel Core i7-8700K
- Memória: 16 GB RAM GEIL EvoX DDR4 3.200 MHz
- Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1080 Ti
- SSD: Intel 540 Series 480 GB
- Fonte: Corsair RM650X
Cinebench
O Cinebench é um teste de benchmark que verifica as capacidades do computador na renderização de gráficos tridimensionais (usando a tecnologia OpenGL), bem como o poder de processamento do chip principal da máquina.
CPU-Z
Um dos aplicativos mais usados para conferir especificações de processadores também tem uma utilidade para verificação de performance de componentes. Apesar de simples, o benchmark do CPU-Z realiza testes do tipo single thread e multi thread. Além disso, ele possibilita uma comparação rápida entre diferentes dispositivos.
RealBench
Este benchmark da ASUS efetua uma série de testes práticos, simulando como a máquina se comporta no dia a dia. O RealBench analisa o poder do computador na hora da edição de imagens, codificação de vídeos, trabalho com OpenCL e execução de múltiplas tarefas. O resultado geral indica a capacidade da máquina em pontos.
3DMark
O 3D Mark é um dos mais famosos programas de benchmark para gráficos. Ele se destaca principalmente por trazer uma grande variedade de cenários para testes dos diferentes recursos de hardware e software da placa de vídeo. Para máquinas de alto desempenho, nós rodamos o teste TimeSpy, que utiliza as mais avançadas tecnologias gráficas.
Vale a pena?
De fato, o slogan da SuperMicro referenciando sua qualidade de servidor empregada em um produto gamer vai muito além de uma simples publicidade. Apesar do visual simplificado, não devemos nos deixar enganar quanto à robustez do produto, que não se traduz em fírulas, mas que parece estar diretamente ligada à precisão na operação dos dispositivos eletrônicos.
Os resultados deixam bem claro que apesar de usar um chipset mais simples, toda a engenharia interna do produto é exibida nos benchmarks, que quase colocam uma placa mais simples no mesmo patamar de modelos mais caros e que, supostamente, deveriam ficar um bocado acima nas pontuações.
É claro que não podemos generalizar e afirmar que esta placa supera as concorrentes listadas em todos os casos, mas os testes provam que ela está mais do que preparada para a tarefa pesada. Seja você um gamer que busca boas pontuações em benchmarks e jogos ou apenas um consumidor que quer uma peça de qualidade, eu posso dizer que esta placa da SuperMicro pode estar entre suas opções.
Quer dizer, este seria o caso se a placa já estivesse oficialmente disponível no Brasil, mas ainda não há anúncios dela nas principais lojas e a fabricante não nos passou nenhuma previsão de data para venda. De qualquer forma, temos de averiguar um item muito importante nesta equação: o preço.
Falar em valores é sempre complicado, pois há uma série de fatores que pode justificar a precificação de uma peça. Lá fora, esta SuperMicro custa 140 dólares, o que a coloca no patamar de uma Strix com o mesmo chipset. Pela qualidade e performance, a fabricante pode ter razão em jogar o valor lá em cima, mas o consumidor possivelmente vai optar pela Strix, que além dessas qualidades tem um visual show.
De qualquer forma, pensando especificamente no produto e na proposta da marca, eu acho mais do que justo conceder a medalha de prata do The Hardware Show, haja visto que temos aqui uma placa de ótima qualidade e que mostra sim bons resultados, mas que deixa a desejar pela falta de um design superior, que realmente combine com o estilo gamer.
Enfim, no todo, uma boa placa, mas resta aguardar para ver se a SuperMicro vai marcar presença no Brasil em breve! O que você achou desta placa-mãe? Você apostaria em uma marca nova neste disputado segmento?
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