A Apple lançou no mês passado suas caixas de som inteligentes, os HomePods, trazendo como grandes destaques o design e a qualidade de reprodução. De acordo com as primeiras análises, essas características fazem a diferença, contudo, as vendas não estão tão aquecidas quanto a própria companhia e as lojas esperavam.
A pesquisa de mercado da Slice Intelligence aponta que em dois meses e meio nas prateleiras o produto abocanhou apenas 10% do mercado de smart speakers, enquanto o Amazon Echo lidera com 73% e o Google Home chega a 14%. Nos 21 dias após sua estreia, as vendas caíram em média 4% semanalmente e os consumidores atualmente têm levado menos de 10 unidades por dia.
Essa falta de interesse tem até causado cortes de produção. De acordo com fontes do Bloomberg, a Inventec Corp. , uma das fabricantes do dispositivo, vem baixando os números na montagem.
Preço e limitações da Siri têm afastado os consumidores
As principais causas do fraco desempenho de vendas, segundo os analistas, são o preço salgado e os poucos recursos que a assistente digital oferece — e de forma bastante dependente dos iPhones. Enquanto o Amazon Echo pode ser encontrado por US$ 99 (R$ 334,59, sem taxas) e o Google Home sai por US$ 129 (R$ 435,98), os HomePods custam US$ 349 (R$ 1.179,51).
Siri não tem oferecido tantas opções de tarefas quanto o Amazon Echo e o Google Home
A Siri não responde muitas perguntas e não oferece tantas opções de tarefas — como encomendar produtos, por exemplo — quanto os concorrentes. Suas principais funções são tocar músicas da Apple Music, enviar mensagens e controlar poucas ações em casas inteligentes. Os consumidores têm procurado pelo produto para realizar uma série de atividades, enquanto os engenheiros parecem vê-lo apenas como mais um periférico, a exemplo dos AirPods.
Além disso, lançar um dispositivo como esse fora da temporada das compras de final de ano diminuiu seu apelo. Pequenos detalhes, como a ausência de pareamento com múltiplas unidades e a constatação de marcas causadas pelo material em superfícies de madeira, estariam também desanimando os compradores.
Ainda que a Maçã venha trabalhando para corrigir essas falhas e esteja desenvolvendo atualizações para incrementar o produto, a expectativa em termos de números não é das melhores. O consultor Gene Munster, da Loup Ventures, acredita que a companhia deva vender 7 milhões de HomePods neste ano e 11 milhões em 2019 —nessa mesma projeção, o Amazon Echo deve alcançar 29 milhões nesta temporada e 39 milhões na próxima, enquanto a Alphabet pode chegar a 18 milhões e 32 milhões, respectivamente.
É claro que os updates e a qualidade superior de som podem virar o jogo, mas, por enquanto, o cenário não é aquele que a Gigante de Cupertino imaginou. E você, já usou um HomePod e acredita que ele possa conquistar mais admiradores? Se testou, deixe suas impressões nos comentários.
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