Apesar dos recentes esforços do mercado e dos ajustes que facilitaram o transporte de malas inteligentes a bordo de aviões, têm aumentado, no último mês, os relatos de companhias aéreas, especialmente norte-americanas, que estão barrando o embarque desse item tanto como bagagem de mão quanto como volume despachado. No centro da confusão, uma questão de segurança: o debate sobre o risco de incêndio apresentado por equipamentos alimentados por baterias de íon-lítio.
Desde janeiro, companhias aéreas dos Estados Unidos, entre elas American, Delta e Alaska Airlines, se uniram para levar adiante uma proibição ao despacho de malas inteligentes com baterias não removíveis. Aquelas cujas baterias pudessem ser tiradas durante o voo, porém, poderiam ser transportadas normalmente, desde que o dispositivo seguisse fora da mala, em poder do passageiro, ou, em alguns casos, até mesmo instalado, mas sempre na cabine, perto do proprietário. Apesar da ressalva, a medida tem causado confusão, tornando comuns os relatos de pessoas barradas com qualquer modelo de mala inteligente.
Fabricantes reagem
Na tentativa de contornar a situação e apoiar seus clientes, fabricantes de malas – como a Away, também norte-americana – estão se posicionando publicamente para esclarecer que seus produtos cumprem as regulamentações internacionais de segurança. Portanto, estão em plenas condições de serem transportados por companhias aéreas do mundo todo – mesmo depois das restrições implantadas recentemente, mais rigorosas que as que já existiam a esse respeito.
Mas, afinal, o que é uma mala inteligente e que risco ela oferece?
Malas inteligentes são aquelas equipadas com baterias que permitem ao passageiro recarregar um aparelho eletrônico, como o smartphone, por exemplo, por meio de uma entrada USB. O item é uma mão na roda para quem viaja muito e não quer depender das tomadas disponibilizadas em aviões e aeroportos mundo afora. A ameaça de uma mala inteligente, como a de qualquer outro aparelho equipado com uma bateria de íon-lítio, tem relação com o risco de incêndio que ela oferece.
Apesar de serem seguras, as baterias de íon-lítio têm uma propensão maior a entrar em combustão quando são danificadas ou passam por curto-circuito, especialmente se estiverem próximas de outras baterias. Não à toa, empresas aéreas do mundo todo baniram o transporte do item em bagagens despachadas ou como carga; afinal, por mais que o porão dos aviões seja equipado com detectores de fumaça e extintores de incêndio, o risco é grande. Vem daí o consenso de que, sempre que atenderem às normas, as baterias de íon-lítio devem ser transportadas na cabine, onde a extinção do fogo é mais fácil.
Transporte de baterias de íon-lítio no Brasil
No Brasil, a proibição de embarque de baterias de íon-lítio como carga é limitada aos volumes transportados isoladamente. As que estiverem instaladas em equipamentos ou embaladas junto deles, protegidas de dano e de contato com outras baterias, embarcam normalmente.
Vai viajar para o exterior em voo operado por empresa norte-americana, e a sua mala tem um carregador? Não se esqueça: consulte a companhia para evitar surpresas no dia do embarque.
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