A Google lançou na última quarta-feira (04) um bocado de produtos de hardware, mas a única real surpresa foi a câmera Clips, que não teve qualquer informação vazada antes do evento de apresentação. Os novos smartphones Pixel já eram conhecidos praticamente em sua totalidade, e já tínhamos informações sobre os fones Pixel Buds, bem como acerca dos novos Google Home e também do Pixelbook. Mas essa não é a única diferença entre a Clips e os demais produtos da marca.
Esse pequeno aparelhinho quadrado também é especial porque ele conta com um chip chamado Myriad 2, uma VPU desenvolvida pela Movidus, uma subsidiária da Intel. Caso você não saiba o que significa VPU, trata-se de uma Vision Processing Unit, uma unidade de processamento visual. Esse chip foi construído basicamente para rodar algoritmos de visão computacional, que fazem parte do que chamamos de inteligência artificial. Esses códigos vão ficando mais precisos com o tempo e, no caso da Clips, conseguem ajudar a câmara a fazer fotos e vídeos nos momentos certos.
Com o chip, os algoritmos da Google conseguem funcionar localmente na câmera sem gastar muita energia ou precisar de computadores superpoderosos para realizar atividades de visão computacional. Em aparelhos que não possuem hardware customizado, é necessário sempre enviar dados para a nuvem e aguardar o processamento ser retornado pela internet.
Como a Clips faz isso tudo localmente, ela melhora a questão da privacidade do usuário, que pode ficar tranquilo quanto a possibilidade de estar sendo vigiado pela câmera. Ela fica ligada o tempo todo, mas só fotografa ou filma quando percebe que alguém está olhando para o sensor ou quando algum movimento interessante está acontecendo.
Ela é tão inteligente que se desliga sozinha quando percebe que está em um bolso ou bolsa. Tudo isso combinado com o fato de que ela não precisa manter uma conexão com a internet o tempo todo ajuda a aumentar a autonomia de bateira do dispositivo de forma exponencial.
Além da Clips, a Google está investindo pesado em inteligência artificial em seus produtos. Praticamente todos eles contam com algum recurso do tipo, com destaque para o Google Assistente, que é um dos softwares de AI mais avançados da empresa, que inclusive se faz presente em quase tudo o que a companhia anunciou na última quarta-feira.
Os chips da Movidus já eram usados pela Google desde o início do Projeto Tango, que trouxe o mapeamento de ambientes para aparelhos portáteis a fim de possibilitar o uso de realidade aumentada nesses dispositivos. Na época, a fabricante de chips ainda era independente, mas, desde setembro de 2016, faz parte da Intel.
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