E aí que Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos da lista de países que fazem parte do Acordo Climático de Paris, deixando muita gente ao redor do mundo abismada. Incluindo os nomes mais poderosos do Vale do Silício.
Alguns deles: Sundar Pichai, CEO do Google, Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, Satya Nadella, CEO da Microsoft, Tim Cook, CEO da Apple, e Elon Musk, fundador e CEO da Tesla.
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Assinado em 2015 por 195 países, o acordo é um comprometimento das nações em reduzir emissões de gás carbônico para desacelerar o aquecimento global. Trump disse que o documento prejudicava os EUA mais do que outros países. Fato importante: os EUA são o segundo maior emissor de gás carbônico no mundo, atrás apenas da China. O país asiático continua a fazer parte do acordo.
O Vale do Silício falou
“Sair do Acordo Climático de Paris é ruim para o meio ambiente, ruim para a economia e coloca o futuro de nossas crianças em risco”, escreveu Mark Zuckerberg em sua página no Facebook. “Por nossa parte, continuaremos comprometidos a utilizar 100% de energia em todos os novos centro de dados que construirmos. Parar a mudança climática é algo nós só podemos fazer como uma comunidade global e temos de agir juntos antes que seja tarde demais.”
Eu quero assegurar vocês que os acontecimentos de hoje não terão impacto algum nos esforços da Apple para proteger o meio ambiente
Por meio de seu Twitter, Pichai escreveu que estava decepcionado. “Desapontado com a decisão de hoje. O Google vai continuar trabalhando duro por um futuro mais limpo, próspero para todos.”
Nadella também usou o Twitter para se posicionar. “Nós acreditamos que o aquecimento global é um assunto urgente que demanda ação. Nós continuaremos comprometidos em fazer nossa parte.”
Brad Smith, o chefe jurídico da Microsoft, postou um link para um artigo da Microsoft explicando porque a companhia denuncia a saída dos EUA do acordo. “Uma estrutura global fortalece a competitividade para os negócios americanos. Cria novos mercados para soluções inovadoras, desde fontes de energia limpa a soluções na nuvem. Ao fortalecer um comprometimento global, o acordo reduz futuros danos às pessoas e às organizações ao redor do mundo.”
O aquecimento global é um assunto urgente que demanda ação
A Amazon e a HP divulgaram comunicados dizendo que continuarão a apoiar o acordo e a agir para reduzir as emissões de gás carbônico e mitigar os efeitos do aquecimento global. “É um dos assuntos mais urgentes e significantes para as empresas e a sociedade. A ciência é clara, os impactos são sérios e a necessidade de agir é essencial”, disse a HP.
Cook ligou para a Casa Branca para tentar dissuadir Trump da decisão
Eles tentaram evitar
Antes da decisão de Trump, outros líderes da tecnologia tentaram convencer o presidente a continuar no acordo. Tim Cook chegou a ligar para a Casa Branca na terça-feira para pedir ao presidente americano que reconsiderasse a medida. Em um e-mail aos funcionários da Apple, após a decisão, Cook disse: “o aquecimento global é real e todos nós dividimos a responsabilidade de lutar contra ele. Eu quero assegurar vocês que os acontecimentos de hoje não terão impacto algum nos esforços da Apple para proteger o meio ambiente.”
Musk chegou a ameaçar sair do conselho presidencial da Casa Branca, um grupo formado por empresários para discutir projetos de incentivo à economia, antes de Trump anunciar a decisão. O fundador da Tesla cumpriu a promessa e afirmou, pelo Twitter, que não participará mais dos encontros.
Tim Cook chegou a ligar para a Casa Branca para pedir ao presidente americano que reconsiderasse.
E agora?
A ideia de Trump é renegociar o acordo climático, de maneira que ele seja mais benéfico aos Estados Unidos. Alguns países da União Europeia, contudo, já afirmaram que uma mudança é impossível.
Agora, os EUA se juntam à Síria e à Nicarágua como as únicas nações que não fazem parte do documento. Os motivos americanos, contudo, são diferentes. A Síria vive uma guerra civil há seis anos e a Nicarágua boicotou o acordo por considerá-lo pouco ambicioso. Para Trump, o atual documento traz desvantagens comerciais para os EUA.
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