Se você já se sentiu observado, vigiado e até mesmo seguido pela internet — principalmente dentro de redes sociais —, saiba que você não é o único e que isso pode se tornar um problema grave.
Neste artigo, você vai conhecer a definição de stalking e saber todos os perigos deste tipo de assédio.
Resumidamente, stalking é a vigilância exacerbada que uma pessoa dispensa a outra, muitas vezes forçando contatos indesejados. Nem sempre há um motivo claro além da obsessão, no entanto, um stalker (ou seja, o obcecado) muitas vezes pode ter o intuito de amedrontar sua vítima. Portanto, perseguidor é uma boa tradução em português para o termo.
Não se trata de uma prática claramente definida, logo, as atitudes de um perseguidor podem variar. Ele pode simplesmente permanecer à espreita, apenas observando a vítima. No entanto, outros casos envolvem atitudes mais diretas e amedrontadoras, como entregar objetos indesejados.
Casos extremos envolvem a intimidação explícita com ameaças e atitudes violentas por parte do perseguidor, como por exemplo, quebrar bens da vítima e até mesmo agredi-la.
As celebridades e seus fãs
Como já foi mencionado, o conceito de stalking não é de hoje, aliás, comportamentos desse tipo foram documentados por séculos. Mas a prática foi definida como crime grave a partir da década de 90, em grande parte como consequência da relação entre celebridades muito famosas e seus fãs.
O termo stalking, inclusive, começou a ser usado no final da década de 80 para descrever a perseguição insistente a celebridades.
O estado norte-americano da Califórnia, nos Estados Unidos, aprovou a primeira medida contra a prática em 1990. O país seguiu o exemplo, assim como Canadá, Austrália, Reino Unido e outros países europeus.
A partir daí, o comportamento de stalkers virou pauta para estudiosos, e suas atitudes passaram a ser vistas como perigosas em diferentes níveis, conforme o sentimento da vítima.
Muitos stalkers nem sempre tem um objetivo determinado para perseguir alguém, portanto o sentimento de quem é perseguido em relação ao perseguidor é o que efetivamente categoriza o crime.
Do físico para o cibernético
Enviar cartas, aparecer na casa de alguém, fazer ligações telefônicas, etc., são exemplos de perseguição física. A internet e sua popularidade, para ser direto e claro, simplesmente facilitou a vida dos agressores. Eles encontraram mais maneiras de atormentar a pessoa escolhida e também mais “comodidades” para se esconderem.
Cartas foram substituídas por emails e mensageiros instantâneos. Câmeras tomaram o lugar dos olhos vigilantes dos perseguidores. Inclusive se passar pela vítima com o intuito de causar algum dano ficou mais fácil.
Quando não se tem ideia de quem é o perseguidor, o medo é muito maior. No entanto, fica mais difícil tomar medidas, afinal de contas o inimigo está oculto.
Há algo ainda mais grave no contexto do cyberstalking, ou seja, o uso da internet para vigiar alguém: a exposição das pessoas aumentou.
A relação com as redes sociais
Com a explosão das redes sociais nos últimos anos, o trabalho dos stalkers ficou muito mais fácil, essa é a verdade. Ter um perfil nesse tipo de site é, simplesmente, se expor, e as informações divulgadas podem ser um prato cheio para qualquer agressor.
Uma simples busca pelo nome de alguém é suficiente para localizar uma pessoa. O que dizer sobre encontrar uma pessoa e já saber sobre comunidades de lugares frequentados e maneiras de contato escancaradas, às vezes com endereço, CEP e telefone?
Há um certo “vício” — se assim podemos dizer — de muitos em querer estar visíveis, e as consequências disso podem ser muitas: desde cair em brincadeiras sacanas até cair na obsessão de alguém mal-intencionado.
Muitas redes oferecem recurso de geolocalização, como FourSquare e Twitter. O primeiro, por exemplo, chega a enviar mensagens como “Eu estou em...” seguidas do nome e endereço do lugar. Por um lado, prático e divertido, por outro, é como ter um GPS apontando exatamente sobre você, para quem quiser ver.
O que você pode fazer
Sua privacidade deve pesar mais do que tudo. Em sites de redes sociais como Facebook e Orkut, sempre vasculhe as configurações. Lá, devem estar opções de privacidade, ou seja, quais contatos podem ter acesso às suas informações pessoais.
Mas mesmo com as configurações de privacidade, não se sinta blindado. A princípio, seus dados estão seguros em uma rede confiável, mas há a chance de eles vazarem, por exemplo, se um dos contatos da rede tiver seu perfil invadido.
Além disso, a maioria de casos de stalking envolve pessoas conhecidas entre si. “Ex” de um relacionamento turbulento são casos clássicos, por exemplo. Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou que stalkers desconhecidos representavam apenas a minoria dos casos.
Tome cuidado com o que publica. O conteúdo da internet é indexado, ou seja, disponibilizado por anos por qualquer mecanismo de buscas. Um stalker usará tudo o que pode contra você, logo, é necessário medir as consequências de suas publicações.
Não queremos dizer que você deve se sentir sempre ameaçado, com medo de publicar informações, de maneira alguma. A peça-chave é o bom senso. Sempre pese o que você ganha e o que pode perder ao disponibilizar informações pessoais na internet.
Lembre-se de que a grande rede é uma faca de dois gumes: há o lado rápido, prático e ótimo para a comunicação, mas há também o lado perigoso da maldade de muitos malfeitores. A verdade é que eles estão sempre à frente, buscando maneiras de quebrar a privacidade de suas vítimas. Portanto, faça o possível para se antecipar a eles.
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