Não é de hoje que o Facebook é palco para várias situações bastante inusitadas. A rede social já protagonizou casos muito curiosos, como o pedido de drag queens para não utilizar o nome real, uma pesquisa que mostra que encontrar amigos pessoalmente torna os internautas mais felizes e um estudo que indica que divórcios são mais comuns entre os casais que usam o Facebook.
Porém, um acontecimento que ganhou bastante destaque na rede social foi a política, mais especificamente as eleições que aconteceram no dia 5 de outubro: de acordo com o Safernet, em relação ao mesmo período do ano passado, o número de denúncias sobre crimes de ódio na internet mais que triplicou nos dias próximos da votação. O que acontece é que as pessoas estão brigando, discutindo e desfazendo laços de amizade, profissionais ou até familiares por causa de opiniões políticas divergentes.
Flávia Lopes, 40 anos, é uma das pessoas que passa por essa situação. A coordenadora de programação não esconde o seu posicionamento político no Facebook e, por conta disso, já desfez muitas amizades na rede social.
"Eu tento o diálogo, mas acabo excluindo amigos e parentes que têm pensamento considerado mesquinho, tacanho e muito agressivo", conta Flávia, que diz ter recebido ofensas pessoais e xingamentos em sua página e já contabilizou três parentes, três amigos de infância e 20 conhecidos excluídos de sua rede.
Fonte: Reprodução/G1
"Tirei gente da minha família, como primo e tio. Excluo do Facebook para não ver mais os posts deles e para que eles não vejam mais os meus. Não é só pelo posicionamento político ou partidário. Sou contra recados homofóbicos e cartilhas conservadoras", explica o seu posicionamento diante das exclusões.
Já o fotógrafo Alexandre Frota e o músico Fábio Hoffman são amigos, mas nem por isso deixam de discutir ferozmente sobre política. Os embates, entretanto, permanecem na rede social e não chegam ao convívio pessoal, no qual eles preferem evitar assuntos polêmicos como futebol e eleições.
Fonte: Reprodução/G1
Conselhos preciosos para evitar brigas
Profissionais do ramo de comportamento dão dicas de como evitar discussões que podem começar na rede e ir para o campo pessoal. Célia Leão, consultora de etiqueta e marketing pessoal, diz que “o respeito deve imperar, principalmente entre parentes e amigos. É preciso haver equilíbrio e muito cuidado com o que for escrever nas redes sociais”. Célia ainda lembra que é preciso “respirar antes de dar o ENTER na mensagem”.
Monayana Pinheiro, professora de etiqueta no Senac, também dá aos leitores dicas de como devemos nos posicionar frente a essas situações. Segundo ela, devemos “entender que estamos em uma rede social e é inevitável a crítica às suas opiniões. A discussão é saudável, desde que seja equilibrada, sem palavrões e ofensas”.
Um like para as discussões saudáveis!
Campanha do Ministério da Justiça quer dar uma ajudinha
Diante dessas situações, o Ministério da Justiça, no começo de outubro, começou uma campanha pelas redes sociais para conscientizar as pessoas para que mantenham os direitos individuais e evitem conflitos e brigas pessoais. Confira o texto publicado no dia 3 desse mês na página oficial do Ministério da Justiça:
“Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões e ideias. Entretanto, o exercício dessa liberdade não deve afrontar o direito alheio, como a honra e a dignidade de uma pessoa ou determinado grupo. O discurso do ódio é uma manifestação preconceituosa contra minorias étnicas, sociais, religiosas e culturais, que gera conflitos com outros valores assegurados pela Constituição, como a dignidade da pessoa humana. O nosso limite é respeitar o direito do outro.”
Dados do Safernet sobre o assunto mostram como a situação merece destaque: a entidade que recebe as denúncias de crimes cibernéticos registrou, entre os dias 28 de setembro (data do debate em que Levy Fidelix fez declarações consideradas homofóbicas) e 6 de outubro (dia seguinte ao primeiro turno), 3.734 denúncias sobre crimes de ódio na internet. No mesmo período do ano passado o número registrado foi mais de três vezes menor: 1.221 denúncias.
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