Quem acha que não é muito prático – ou seguro – ficar zanzando por aí com o celular na mão enquanto caça bichinhos virtuais em Pokémon GO pode estar prestes a descobrir uma alternativa bastante tecnológica para curtir a jogatina. Calma, não se trata de nenhum cheat de GPS ou programa para rodar o jogo mobile no PC, mas sim de uma versão do aplicativo para os já não tão badalados smart glasses. A combinação foi mostrada durante o Intel Developer Forum e chamou atenção dos visitantes.
A ideia da Recon, uma pequena empresa de desenvolvimento de hardware e software, envolveu basicamente atrair o público ao seu estande no evento com uma mistura bastante inusitada que leva a realidade aumentada a um patamar bem interessante. De forma resumida, esse pessoal criou um port não oficial do app da Niantic e fez a produção rodar – aos trancos e barrancos – no Jet, um par de óculos inteligentes baseado em Android.
O Recon Jet geralmente é usado para atividades esportivas
O dispositivo em si foi lançado pela companhia nos EUA no ano passado e, ainda que não tenha a mesma variedade de funcionalidades – ou a potência – do finado Google Glass, oferece ao usuário um pacote com sistema operacional integrado, GPS e WiFi. Isso bastou para que o brinquedinho se mostrasse uma plataforma consideravelmente compatível com Pokémon GO. Claro que foi preciso uma boa dose de jogo de cintura e malemolência para fazer as peças se encaixarem.
Em entrevista ao Engadget, Patrick Cho, um dos desenvolvedores do projeto, explicou que o game teve que ser convertido do formato original vertical para a orientação paisagem, por exemplo – encaixando melhor no pequeno display com resolução de 428x240 pixels. Além disso, a falta da tecnologia LTE e de alguns controles básicos do sistema faz com que conectar o equipamento à internet não seja uma das tarefas mais fáceis, principalmente se você mudar constantemente de ponto de conexão.
Experiência aprimorada
Segundo a repórter do site norte-americano, a experiência tem seus pontos altos e baixos. A performance da jogatina é sofrível, os travamentos são frequentes e os ajustes finos ainda não foram feitos para permitir a captura de pokémons ou a interação com PokéStops – e muitos desses problemas estão relacionados à conversão rudimentar do game. Apesar disso, as criaturas virtuais apareceram normalmente nos arredores do centro de convenções em São Francisco e indicaram a posição correta da treinadora.
Como se isso não fosse o suficiente para dar um gostinho do futuro, a jornalista explica que, por conta de a tela em miniatura ocupar apenas uma área periférica da visão do jogador, é muito mais fácil ficar atento aos arredores e se manter seguro enquanto a aventura rola em tempo real. O fato é que, vencidas barreiras como autonomia dos óculos e performance do aplicativo, esse projeto tímido já dá uma boa ideia de para onde é possível levar as produções voltadas para a realidade aumentada.
Esse é um exemplo de como Pokémon GO roda no display em miniatura
Esse caminho parece tão certeiro – e talvez sem volta – que outras fabricantes e empresas também já andam apostando em jogadas similares, sobrando até para o HoloLens, o headset AR da Microsoft, que recebeu recentemente uma Demo alternativa de Pokémon GO. Um representante da Recon acredita até mesmo que, se a Niantic der uma mãozinha e ajudar a portar o game para outras plataformas e equipamentos, o potencial de mercado para essa combinação de smart glass e pokémons é consideravelmente grande.
Você gastaria uma grana adicional – entre US$ 500 (R$ 1,6 mil) e US$ 2 mil (R$ 6,5 mil) – para poder curtir Pokémon GO com um par de óculos inteligentes ou prefere continuar suas aventuras gamers pelas ruas da cidade do modo atual? Deixe a sua opinião mais abaixo, na seção de comentários.
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