Nesta quarta-feira (5), começaram a ser publicadas as primeiras análises do PlayStation VR, dispositivo de realidade desenvolvido pela Sony para trabalhar junto ao PlayStation 4. Oferecendo um preço de entrada menor que o de seus concorrentes (US$ 399, no Estados Unidos), o gadget deve começar a ser distribuído a seus compradores a partir do dia 13 deste mês.
Mas será que o aparelho tem o necessário para popularizar a tecnologia que tem o potencial de mudar a maneira como encaramos jogos eletrônicos? Em certo sentido, sim. No entanto, as primeiras impressões da mídia internacional dão a entender que, embora o PS VR seja um bom começo, ao menos em alguns pontos ele “ainda não chegou lá”.
Lemos as principais análises feitas até o momento e reunimos aqui algumas das opiniões mais relevantes sobre o aparelho divulgadas até agora. E você, está pronto para embarcar no mundo da realidade virtual ou acha que vale a pena esperar mais um pouco? Será que sua opinião vai permanecer a mesma depois dessas análises? Contribua com o assunto em nossa seção de comentários.
Polygon
A Polygon não chegou a publicar uma análise completa do dispositivo, mas divulgou algumas primeiras impressões bastante completas sobre ele. Entre os pontos destacados pela publicação está o conforto proporcionado pelo headset, elogiando a Sony pelas soluções de design empregadas.
É algo acessível, o que é um ótimo contraste ao estilo super sério de outros headsets
“É algo acessível, o que é um ótimo contraste ao estilo super sério de outros headsets. A Sony fez a sua lição de casa. Esse é um headset confortável que evita cometer muitos dos erros de seus competidores”, afirma o editor de opinião Ben Kuchera.
A publicação também elogia os materiais utilizados, que facilitam a limpeza após seções de jogo mais intensas. “Esse pensamento por parte do time de engenharia da Sony é parte do que torna o PlayStation VR o headset VR mais confortável já construído”, complementa Kuchera.
O ponto negativo destacado pela publicação fica por conta do fato de que o gadget deixa entrar muita luz em seu visor. Com isso, jogadores mais exigentes podem considerar melhor usar o aparelho em ambientes pouco iluminados ou durante horários noturnos.
Eurogamer
Em sua análise, a Eurogamer reconhece os desafios que a fabricante tem em trazer uma nova tecnologia à sala de estar por um preço acessível. Segundo o veículo, o gadget possui algumas arestas que devem ser aparadas, mas consegue cumprir o objetivo a que se propôs.
O conforto do headset está sendo elogiado
“A qualidade visual não está no nível de sua biblioteca do PlayStation 4: compromissos são necessários, mas eles não influenciam muito com aquele sentimento de ‘estar lá’”, afirma o analista Richard Leadbetter. Segundo ele, a apresentação é um pouco mais borrada que a encontrada em outros aparelhos do tipo e certas experiências tendem a mostrar uma quantidade generosa de serrilhados.
A publicação também elogia o conforto proporcionado pelo gadget, especialmente para quem usa óculos. O ponto mais criticado pela Eurogamer são os controles feitos pelo PlayStation Move, que surgem como o “elo fraco” da experiência. Além disso, ela critica a limitação da PlayStation Camera, cujos ângulos de operação parecem pouco adequados à sala de estar.
Levando em consideração seu preço em relação à competição, o PlayStation VR é uma grande conquista
“Levando em consideração seu preço em relação à competição, o PlayStation VR é uma grande conquista — especialmente levando em consideração que ele consegue superar seus rivais muito mais caros em aspectos-chave, principalmente em termos de conforto, encaixe e finalização. Ao acomodar uma plataforma (relativamente) fixa, a Sony tinha que acertar de primeira nesse hardware e, na maioria dos pontos, ela fez um trabalho excelente”, afirma o site.
US Gamer
Bob Mackey, responsável por analisar o PlayStation VR para o site US Gamer, afirma que o produto está “na metade do caminho”. Segundo ele, enquanto o produto é incrivelmente efetivo, algumas concessões necessárias para que seu preço fosse mais acessível impedem que ele alcance seu verdadeiro potencial.
Todos os cabos que acompanham o produto
“Como um dispositivo destinado a enganar seu cérebro e fazê-lo acreditar que você está em um lugar que não está, o PlayStation VR é um pequeno periférico incrivelmente efetivo”, elogia Mackey. “Mas mesmo com a habilidade de entrar em dezenas de mundos virtuais com a ponta dos dedos, ainda não consigo me livrar da sensação de que a construção física do PS VR resulta em um primeiro passo desengonçado — mas algo necessário, com certeza”.
Segundo ele, jogar o VR durante horas não provocou enjoos, mas o deixou bastante cansado — quase como se ele tivesse nadado durante muito tempo. “Os desenvolvedores ainda estão jogando extremamente seguro até descobrir o quanto suas audiências podem aguentar, o que explica porque tantas dessas demonstrações e jogos têm interações limitadas ou se limitam a ser atrações estilo Disney”.
Kotaku
O Kotaku vai direto ao ponto: “o PlayStation VR deveria ser melhor”, afirma o analista Kirk Hamilton. “Em sua melhor forma, o novo headset de realidade virtual da Sony consegue conjurar a surpreendente e imersiva maravilha da realidade virtual moderna. Com a mesma frequência ele se vê frustrantemente limitado por um hardware desatualizado e que não consegue fazer exatamente aquilo que deve”.
O Move e a PlayStation Camera complementam o headset
As principais críticas de Hamilton estão relacionadas ao sistema de controles PlayStation Move e ao sistema de câmeras do PlayStation 4, assim como ao hardware do console de mesa. “A seu favor, o PS VR consegue passar convincentemente a experiência da realidade virtual moderna, fazendo isso não com um PC de jogos caro, mas por um console de mesa que milhões de pessoas já possuem”.
O PS VR começa a parecer como a Ilha Sony dos Brinquedos Desajeitados
Um problema destacado por Hamilton é que a maioria dos jogos testados apresentam “tremidas” constantes no que diz respeito aos controles — mesmo que os acessórios usados estejam completamente imóveis. Segundo ele, em alguns momentos isso torna as experiências difíceis de jogar, sendo que a situação provavelmente está relacionada a alguma limitação da câmera do console.
“O PS VR começa a parecer como a Ilha Sony dos Brinquedos Desajeitados. É um imã para gadgets que não tiveram sucesso por mérito próprio, e é difícil que, juntos, eles podem finalmente estourar”, critica o escritor. “O PlayStation VR é inferior a seus competidores em diversos sentidos significativos. Ele também é mais barato e fácil de usar e, com todas as suas falhas, ele ainda consegue comunicar a desajeitada e surreal alegria da realidade virtual moderna. O tempo vai dizer se isso é bom o suficiente. É melhor esperar para ver”, conclui.
The Verge
Em contrapartida ao Kotaku, o The Verge afirma que ser “bom o bastante” já é algo ótimo para o PlayStation VR. “Ele oferece um catálogo balanceado e interessante e um headset que é uma alegria de usar, com pontos fracos que ferem o sistema, mas não chegam a incapacitá-lo. Ele custa mais do que o PlayStation 4, mas para muitas pessoas ele ainda está no nível de ser um excesso dos feriados ou um presente generoso”.
O PlayStation VR chega aos Estados Unidos custando US$ 399
A publicação afirma que a Sony parece não estar tão comprometida quanto a Oculus com a realidade virtual, e que a filosofia de obrigar que todos os jogos funcionem com o aparelho pode diminuir a experimentação. Segundo o analista Adi Robertson, a expectativa é que o gadget seja marcado por diversas experiências curtas, ao menos até o momento em que a realidade virtual se mostrar uma mídia viável.
Ele oferece um catálogo balanceado e interessante e um headset que é uma alegria de usar
“Mais do que uma peça com tecnologia de última geração, a chave para tornar a realidade virtual bem-sucedida é convencer mais pessoas a usá-la. E com o PlayStation VR, a Sony tornou isso muito mais fácil”, conclui Robertson.
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