Os computadores adquiriram tanta potência que as soluções de refrigeração tiveram de evoluir na mesma proporção. Processadores de antigamente exigiam dissipador e cooler de tamanho reduzido. Agora, modelos com Heatpipes e ventoinhas de grande porte são necessários.
E não é somente o processador que exige uma excelente refrigeração. Placas de vídeo, memórias, fontes, chipsets e HDs também necessitam de uma temperatura específica para atuarem de maneira apropriada. Acontece que as preocupações com temperatura estão cada vez mais constantes, visto que tudo aquece muito dentro do gabinete.
Como de costume, estamos de olho na seção Tira-Dúvidas. E verificando a lista de questões, reparamos que algumas pessoas tinham interesse no assunto. Sendo assim, nosso artigo de hoje é para responder à dúvida do usuário Sam Winchester, o qual fez exatamente a pergunta que é o título deste artigo. O assunto é bem amplo, portanto, vamos abordar separadamente os componentes do computador.
Processador: muito próximo do zero
Normalmente, os problemas de temperatura estão relacionados à CPU. Por se tratar de um componente que realiza uma infinidade de tarefas, o processador tende a esquentar com facilidade. Contudo, o dissipador e o cooler servem para refrigerá-lo. Apesar disso, nem sempre a solução de resfriamento consegue cumprir a tarefa de maneira apropriada.
Coolers que acompanham a CPU se desgastam com facilidade, o que resulta na má eficiência na hora de refrigerar a unidade de processamento. Apesar de muitas vezes o cooler não conseguir diminuir a temperatura o suficiente, o usuário acaba nem percebendo tal detalhe.
(Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
Ocorre que poucas pessoas utilizam programas de monitoramento. Consequentemente, muitos usuários só ficam sabendo que a CPU está em chamas quando ela começa a apresentar problemas mais sérios – como congelamento do sistema, reinicialização ou desligamento.
O ideal seria sempre utilizar programas (como o CoreTemp e o System Information for Windows) para verificar se o calor no processador está excessivo. Afinal, como saber se o valor indicado pelos aplicativos de monitoramento é alto? Toda CPU possui uma temperatura máxima de operação, a qual está indicada no manual do produto ou no site do fabricante.
Temperaturas de 2 CPUs da AMD (Fonte da imagem: Reproduçã/Products AMD)
Portanto, o primeiro passo é verificar se a temperatura atual do processador não está próxima do valor limite. Por exemplo: caso a sua CPU suporte trabalhar a 70 ºC, o ideal é que ela opere normalmente a 30 ºC ou a 40 ºC. Essa folga serve para o processador ter uma margem nos momentos de pico, ou seja, caso você execute um jogo, a CPU pode esquentar um pouco mais sem chegar muito próximo do valor máximo.
Quanto à temperatura ideal, no caso do processador o recomendado seria utilizar algo em torno de 10 ºC – se possível, até menos que isso. Sabemos que é quase impossível atingir valores tão baixos com dissipadores e coolers comuns. Sendo assim, o recomendado é optar por um componente de refrigeração avançado (coolers mais eficientes, como os da Zalman).
Cooler Zalman CNPS11X Extreme (Fonte da imagem: Divulgação/Zalman)
É quase certo que, mesmo com um cooler de alta eficiência, a temperatura ainda não vai ficar tão baixa, mas ao menos a CPU terá um melhor desempenho. Valores abaixo de 0 ºC seriam interessantes, porém, não indicamos o uso de soluções à base de nitrogênio líquido, afinal, é totalmente desnecessário para usuários domésticos.
Placa de vídeo: próximo de 30 ºC
Usuários que utilizam placas de vídeo onboard não precisam se preocupar com esse componente, pois placas embutidas ficam no chipset (o qual raramente apresenta problemas de temperatura). Por outro lado, quem usa o computador como plataforma de jogos deve ficar sempre de olho na temperatura da GPU.
Ao executar games, a placa de vídeo é a peça principal por fazer a magia acontecer, isso significa que ela vai esquentar muito. Algumas placas conseguem trabalhar tranquilamente a 80 ºC ou 90 ºC. Tais temperaturas não são ideais, aliás, estão longe de serem apropriadas para gerar um bom desempenho durante os jogos.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sapphire)
Assim como acontece com as CPUs, placas de vídeo também possuem temperaturas máximas de operação. Portanto, para saber tal valor é fundamental pesquisar no site da fabricante ou no manual sobre essa informação. Apesar de isso ser importante, mais relevante ainda é manter a temperatura abaixo de tal limite.
Normalmente as placas gráficas offboard já vêm com uma solução de refrigeração apropriada. Entretanto, caso a sua placa esteja operando com valores muito próximos do limite, pode ser interessante verificar se não há algum problema com o cooler ou com a ventilação interna do gabinete.
Definir uma temperatura ideal é difícil, contudo, nossa recomendação é manter a placa refrigerada o suficiente para que, quando em estado ocioso, ela fique quase gelada, com um valor próximo de 30 ºC. Com tal valor é garantido que a placa não vai ultrapassar os 60 ºC, mesmo que esteja trabalhando em potência máxima.
HD: acima dos 20 ºC
Enquanto os demais componentes podem operar em temperaturas muito baixas, os discos rígidos devem trabalhar com valores específicos. Manter um HD muito frio (com temperatura próxima de 10 ºC) pode gerar diversos problemas, desde erros na leitura e gravação até o travamento do sistema.
Evidentemente, as temperaturas altas também não são recomendadas, pois o disco pode superaquecer, resultando em mais problemas. Sendo assim, o mais indicado é manter o HD operando com valores entre 20 ºC e 30 ºC.
Como fazer isso? Caso disco esteja muito quente (próximo de 60 ºC), é indicada a instalação de um cooler. Se ele estiver muito gelado, pode ser válido conferir se a ventilação do gabinete não está exagerada. Vale salientar, entretanto, que cada modelo possui especificações diferentes, portanto, é uma boa ideia visitar o site do fabricante para obter mais detalhes.
Outros componentes
Como você deve imaginar, todos os componentes do computador aquecem. Isso ocorre porque eles trabalham com eletricidade ou possuem partes mecânicas – como é o caso do HD e dos coolers. Apesar de ser fácil verificar que os itens de hardware estão quentes, nem todos podem ter a temperatura medida.
A fonte, o chipset e a memória, por exemplo, podem aquecer muito, mas nem sempre os computadores possuem aplicativos para o monitoramento desses componentes. Algumas fabricantes fornecem softwares para verificar a temperatura do chipset, contudo, os demais componentes não possuem sensores que possibilitem essa verificação.
Memória com dissipador (Fonte da imagem: Divulgação/Corsair)
Também não são peças que esquentem muito. Quando é o caso de memórias e chipsets que podem superaquecer, as próprias fabricantes incluem dissipadores ou coolers para resfriá-los. Todavia, caso você suspeite que seu chipset esteja muito quente, pode verificar se existe um dissipador compatível para solucionar o problema.
No caso das fontes, não há muito que fazer. Os modelos mais recentes já trazem dois ou três coolers, garantindo que a fonte não vai atingir altas temperaturas. Entretanto, se a sua estiver muito quente, instalar um cooler pode ser bem complicado, o que levará você a comprar uma nova.
Ampliar (Fonte da imagem: Divulgação/Thermaltake)
Enfim, seja qual for o componente, uma solução sempre válida é a melhoria da ventilação do gabinete. A maioria dos gabinetes, atuais e antigos, traz ao menos o espaço para a instalação de um cooler. Muitos dos modelos vendidos atualmente já vêm com uma ventoinha para garantir a refrigeração. E caso o seu não conte com nenhum, adicionar um pode ser um passo importante para prolongar a vida dos demais componentes.
O importante é ser razoável
Como você pôde perceber, não existe uma temperatura única e ideal para todas as peças. Tudo depende do componente, do modelo, da fabricante e de uma série de outros fatores. Contudo, a dica básica é procurar monitorar os itens sempre que possível e tentar manter uma temperatura média, para não arriscar que o componente superaqueça. Você tem mais alguma dica? Aproveite o campo de comentários para adicionar informações.
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