Nesta semana, pesquisadores das universidades norte-americanas Harvard e Columbia publicaram um estudo apontando para o fato de que a facilidade com que as pessoas acessam as informações está influenciando a forma como suas memórias operam.
De acordo com a pesquisa, realizada com universitários, o ser humano está criando a tendência de lembrar apenas onde as informações de que ele necessita ficam armazenadas. Quando precisa recuperá-las, o homem utiliza a tecnologia – como os smartphones, netbooks, tablets ou qualquer outro dispositivo que se conecte à internet.
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Esse mecanismo é uma maneira de amenizar os impactos do excesso de informação que vivenciamos. O estudo tem grande impacto na área da educação, a qual, muitas vezes, utiliza métodos para forçar os estudantes a decorar determinadas informações (datas históricas e fórmulas são alguns exemplos).
Para Gilberto Dimenstein, a solução desse impasse está no meio termo. “Há alguns fatos essenciais que deveriam ser memorizados – e aí se abre a discussão sobre quais são esses fatos essenciais. Mas o papel do educador seria fazer com que os estudantes memorizassem conceitos. Por exemplo: em vez de tentar lembrar em que dia, mês e ano o Brasil acabou com a escravidão, os estudantes entenderiam o conceito de escravidão e suas consequências, fazendo relações”, escreveu Dimenstein para a Folha.
Ainda segundo o autor, essa interação com as tecnologias é natural. “Na minha visão, essa tendência de confiar na máquina para guardar informação só deixa o aprendizado mais humano”, explicitou Gilberto Dimenstein.